Em maio/2016, IPCA fica em 0,78%
Período |
TAXA |
mai/16 |
0,78% |
abr/16 |
0,61% |
mai/15 |
0,74% |
Acumulado no ano |
4,05% |
Acumulado em 12 meses |
9,32% |
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA de maio apresentou variação de 0,78% e superou o índice de abril (0,61%) em 0,17 ponto percentual (p.p.). Foi a taxa mais elevada para os meses de maio desde 2008 (0,79%). Assim, o acumulado no ano (4,05%) foi inferior aos 5,34% registrados em igual período de 2015. O acumulado nos últimos doze meses (9,32%) ficou pouco acima dos 9,28% relativos aos doze meses imediatamente anteriores. Em maio de 2015 o IPCA fora de 0,74%.
A taxa de água e esgoto, do grupo Habitação (1,79%), se destacou pela alta de 10,37%, constituindo-se no item de maior contribuição individual no mês, com 0,15 p.p.. Isto ocorreu diante da pressão exercida pela região metropolitana de São Paulo, onde a variação do item atingiu 41,90%, expressando os efeitos do fim do Programa de Incentivo à Redução do Consumo de Água, cancelado pela Deliberação n° 641 da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (ARSESP), de 30 de março de 2016. Além do fim da concessão de bônus por redução e de ônus por aumento de consumo de água, que vinha sendo praticada pelo Programa, passou a vigorar, em 12 de maio, reajuste de 8,40% sobre o valor das tarifas.
Na taxa de água e esgoto foram incorporados, também, aumentos nas regiões metropolitanas de Fortaleza(9,30%), reflexo de parte do reajuste de 11,96% em vigor desde 23 de abril; de Belo Horizonte (7,72%), refletindo parte do reajuste de 13,90% vigente a partir de 13 de maio, além da revisão na estrutura tarifária praticada pela empresa de abastecimento de água e de esgotamento sanitário da região; de Curitiba (0,33%), refletindo um pequeno resíduo do reajuste de 10,48% que vigora desde primeiro de abril.
Ainda no grupo Habitação, outros itens importantes exerceram pressão no IPCA do mês: energia elétrica(2,28%), mão de obra para pequenos reparos (0,87%), artigos de limpeza (0,85%) e condomínio (0,79%).
A respeito do item energia elétrica (2,28%), as pressões foram exercidas pelas seguintes regiões metropolitanas: Salvador (11,25%), com reajuste de 10,72% em 22 de abril aliado a aumento no PIS/COFINS;Recife (11,22%), onde ocorreu reajuste de 11,66% em 29 de abril; Fortaleza (6,41%), refletindo o reajuste de 12,97% aliado à redução de 8,40% na Contribuição de Iluminação Pública – CIP; ambos em vigor desde 22 de abril; Belo Horizonte (3,24%), cujo reajuste de 3,78% passou a vigorar a partir de 28 de maio, além de aumento no PIS/COFINS. Também em Campo Grande o item energia elétrica (0,64%) incorporou parte do reajuste de 7,40% nas tarifas e o reajuste na contribuição de iluminação pública em vigor a partir de 08 de abril, além de redução no PIS/COFINS. Em outras regiões pesquisadas, como São Paulo (2,02%) e Porto Alegre(-1,08%), as contas de energia elétrica ficaram mais caras ou mais baratas face às variações no PIS/COFINS.
Dessa forma, sob influência, principalmente, da taxa de água e esgoto (1,79%) e energia elétrica (2,28%), o grupo Habitação (1,79%) liderou tanto as variações de grupo quanto as contribuições (0,27 p.p.), conforme mostra a tabela a seguir.
Grupo | Variação (%) | Impacto (p.p.) | ||
Abril | Maio | Abril | Maio | |
Índice Geral | 0,61 | 0,78 | 0,61 | 0,78 |
Alimentação e Bebidas | 1,09 | 0,78 | 0,28 | 0,20 |
Habitação | -0,38 | 1,79 | -0,06 | 0,27 |
Artigos de Residência | 0,26 | 0,63 | 0,01 | 0,03 |
Vestuário | 0,40 | 0,91 | 0,02 | 0,05 |
Transportes | 0,03 | -0,58 | 0,01 | -0,10 |
Saúde e Cuidados Pessoais | 2,33 | 1,62 | 0,26 | 0,18 |
Despesas Pessoais | 0,23 | 1,35 | 0,02 | 0,14 |
Educação | 0,20 | 0,16 | 0,01 | 0,01 |
Comunicação | 1,47 | 0,01 | 0,06 | 0,00 |
Saúde e Cuidados Pessoais (1,62%) apresentou elevada variação, vindo logo a seguir do grupo Habitação(1,79%). Isto porque os preços dos remédios, que haviam aumentado 6,26% em abril, subiram mais 3,10% em maio. Com isto, nestes dois meses, resultam em alta de 9,55%, reflexo do reajuste de 12,50% em vigor desde o dia primeiro de abril.
No grupo da Saúde (1,62%), também sobressaem, por aumentos significativos nos preços, os itens artigos de higiene pessoal (1,17%), plano de saúde (1,06%) e serviços médicos e dentários (0,91%).
Nas Despesas Pessoais (1,35%) o destaque ficou com o cigarro, cuja alta foi a 9,33%, refletindo reajustes entre 3% e 14%, conforme a marca, em vigor a partir do dia 1º de maio. Destacaram-se, ainda, os itens empregado doméstico (0,87%) e manicure (0,64%).
No grupo Alimentação e Bebidas (0,78%), os preços continuaram a subir, embora menos do que em abril, quando foi a 1,09%. Vários produtos tiveram aumentos significativos, a exemplo da batata–inglesa, que ficou 19,12% mais cara de abril para maio e já acumula alta de 50,91% neste ano. Os principais alimentos em alta encontram-se a seguir:
Item | Variação (%) | Variação | ||
Acumulada (%) | ||||
Abril | Maio | Ano | 12 meses | |
Batata-inglesa | 13,13 | 19,12 | 50,91 | 74,47 |
Cebola | -2,36 | 10,09 | 31,29 | 5,19 |
Feijão-mulatinho | 1,42 | 9,85 | 37,44 | 48,79 |
Feijão-carioca | 4,00 | 7,61 | 33,49 | 41,62 |
Manteiga | 6,42 | 4,90 | 35,22 | 50,55 |
Alho | 0,10 | 3,58 | 31,48 | 63,60 |
Leite longa vida | 4,09 | 3,43 | 15,02 | 19,33 |
Iogurte | 2,38 | 3,20 | 8,26 | 12,30 |
Farinha de mandioca | 4,65 | 3,19 | 33,47 | 43,43 |
Leite condensado | 3,45 | 3,17 | 12,17 | 15,09 |
Margarina | 1,39 | 2,58 | 9,83 | 14,76 |
Azeite | 1,21 | 2,40 | 13,58 | 32,10 |
Linguiça | -0,43 | 2,26 | 4,02 | 9,10 |
Queijo | 1,25 | 2,12 | 4,17 | 9,80 |
Sorvete | 3,70 | 2,11 | 5,73 | 11,47 |
Chocolate em barra e bombom | 3,48 | 1,87 | 9,35 | 17,37 |
Leite em pó | 0,58 | 1,42 | 4,01 | 4,63 |
Café moído | 1,49 | 1,38 | 7,28 | 15,08 |
Macarrão | 0,46 | 1,36 | 5,09 | 13,57 |
Chocolate e achocolatado em pó | 1,50 | 1,28 | 7,68 | 13,59 |
Outras bebidas alcoólicas | 1,07 | 1,28 | 4,43 | 13,77 |
Biscoito | 0,77 | 1,25 | 4,55 | 8,93 |
Café da manhã | 1,36 | 1,21 | 5,32 | 11,30 |
Tomate | -15,26 | 1,04 | -11,88 | -27,99 |
Frango em pedaços | 1,39 | 1,00 | 2,74 | 8,20 |
Doces | 1,15 | 0,91 | 4,99 | 8,66 |
Lanche fora | 2,10 | 0,85 | 4,82 | 8,73 |
Bolo | -0,63 | 0,80 | 4,91 | 11,32 |
Arroz | 0,34 | 0,54 | 4,07 | 13,05 |
Refeição fora | 0,50 | 0,53 | 3,68 | 8,90 |
Em contraposição, alimentos importantes na despesa das famílias se apresentaram em queda de um mês para o outro, conforme mostra a tabela abaixo.
Item | Variação (%) | Variação Acumulada (%) | ||
Abril | Maio | Ano | 12 meses | |
Cenoura | -1,04 | -23,08 | 43,15 | 9,55 |
Ovos | 0,75 | -2,26 | 8,58 | 13,59 |
Hortaliças | 3,02 | -2,07 | 16,92 | 17,50 |
Frutas | 4,13 | -1,37 | 22,22 | 33,97 |
Pescado | -0,70 | -1,33 | 3,90 | 6,26 |
Açaí | 9,22 | -1,11 | 35,27 | 6,59 |
Feijão-fradinho | 0,06 | -0,91 | 13,14 | 9,00 |
Carnes | -0,21 | -0,53 | 0,35 | 8,08 |
Óleo de soja | 1,11 | -0,42 | 12,32 | 20,34 |
Entre os demais grupos de produtos e serviços pesquisados, os destaques em alta foram: tv, som e informática (2,57%), artigos de cama, mesa e banho (1,89%), roupa masculina (1,88%), roupa infantil(0,97%), automóvel novo (0,80%), emplacamento e licença (0,77%), roupa feminina (0,76%(, motocicletas(0,72%), automóvel usado (0,60%), conserto de automóvel (0,59%), eletrodomésticos (0,48%).
Do lado das quedas, sobressaem os seguintes itens: etanol (-9,54%), passagem aérea (-8,22%), excursão(-1,28%), hotel (-0,98%), gasolina (-0,85%), gás de botijão (-0,74%), mobiliário (-0,42%).
O maior índice regional foi em Fortaleza (0,99 %), pressionado pela taxa de água e esgoto (9,30%), que refletiu o reajuste de 11,96% em 23 de abril, e pela energia elétrica, com 6,41%, tendo em vista o reajuste de 12,97% no valor da tarifa em vigor desde 22 de abril, combinado com a queda de 8,40% na parcela referente à taxa de Contribuição de Iluminação Pública – CIP. O menor índice foi o de Goiânia, que ficou em 0,28%. A seguir, tabela com os resultados mensais por região pesquisada.
Região | Peso Regional (%) | Variação | % | Variação | acumulada(%) |
Abril | Maio | Ano | 12 meses | ||
Fortaleza | 3,49 | 1,02 | 0,99 |
5,08 |
11,01 |
São Paulo | 30,67 | 0,36 | 0,93 |
3,85 |
9,42 |
Porto Alegre | 8,40 | 0,94 | 0,92 |
5,16 |
10,51 |
Recife | 5,05 | 0,69 | 0,90 |
4,22 |
9,16 |
Salvador | 7,35 | 0,62 | 0,83 |
4,48 |
9,54 |
Belo Horizonte | 10,86 | 0,71 | 0,78 |
4,22 |
8,31 |
Campo Grande | 1,51 | 0,70 | 0,73 |
3,84 |
8,19 |
Curitiba | 7,79 | 0,75 | 0,64 |
3,55 |
9,57 |
Vitória | 1,78 | 0,62 | 0,62 |
2,85 |
7,58 |
Belém | 4,65 | 0,90 | 0,60 |
4,28 |
9,71 |
Rio de Janeiro | 12,06 | 0,62 | 0,60 |
4,07 |
8,99 |
Brasília | 2,80 | 0,43 | 0,45 |
2,65 |
8,56 |
Goiânia | 3,59 | 0,53 | 0,28 |
3,41 |
9,10 |
Brasil | 100,00 | 0,61 | 0,78 |
4,05 |
9,32 |
Para cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados no período de 29 de abril a 30 de maio de 2016 (referência) com os preços vigentes no período de 31 de março a 28 de abril de 2016 (base).
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande e de Brasília.
Fonte: IBGE