O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA do mês de junho apresentou variação de 0,35%, menos da metade da taxa de 0,78% de maio. Com isto, o primeiro semestre do ano fechou em 4,42%, bem abaixo dos 6,17% registrados em igual período de 2015. Na ótica dos últimos doze meses, o índice desceu para 8,84%, enquanto se situava em 9,32% nos doze meses imediatamente anteriores. Em junho de 2015, o IPCA registrou 0,79%.
Sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados mostraram desaceleração na taxa de crescimento, na passagem de maio para junho. Apenas Transportes (-0,53%), cuja queda foi menos intensa, e Comunicação (0,04%) apresentaram resultados superiores aos de maio.
Grupo | Variação (%) | Impacto (p.p.) | ||
Maio | Junho | Maio | Junho | |
Índice Geral | 0,78 | 0,35 | 0,78 | 0,35 |
Alimentação e Bebidas | 0,78 | 0,71 | 0,2 | 0,18 |
Habitação | 1,79 | 0,63 | 0,27 | 0,10 |
Artigos de Residência | 0,63 | 0,26 | 0,03 | 0,01 |
Vestuário | 0,91 | 0,32 | 0,05 | 0,02 |
Transportes | -0,58 | -0,53 | -0,1 | -0,10 |
Saúde e Cuidados Pessoais | 1,62 | 0,83 | 0,18 | 0,09 |
Despesas Pessoais | 1,35 | 0,35 | 0,14 | 0,04 |
Educação | 0,16 | 0,11 | 0,01 | 0,01 |
Comunicação | 0,01 | 0,04 | 0,00 | 0,00 |
Alimentação e Bebidas (0,71%), mesmo um pouco abaixo da variação do mês anterior, foi responsável por 0,18 ponto percentual (p.p.) do IPCA, a maior contribuição entre os grupos. Nele, destacam-se o feijão-carioca, com o preço do quilo mais caro em 41,78%, contribuição de 0,11 p.p., e o leite longa vida, com o litro custando 10,16% a mais e com contribuição de 0,10 p.p.. Exercendo, juntos, contribuição de 0,21 p.p., estes dois alimentos, importantes na mesa do brasileiro, foram responsáveis por 60% do IPCA do mês. As principais altas nos produtos alimentícios encontram-se na tabela a seguir.
Item | Variação (%) | Variação | ||
Acumulada (%) | ||||
Maio | Junho | Ano | 12 meses | |
Feijão-carioca | 7,61 | 41,78 | 89,26 | 105,26 |
Feijão-mulatinho | 9,85 | 34,15 | 84,38 | 96,99 |
Leite longa vida | 3,43 | 10,16 | 26,7 | 28,42 |
Feijão-preto | -0,37 | 9,80 | 30,44 | 25,84 |
Feijão-fradinho | -0,91 | 9,32 | 23,68 | 23,51 |
Manteiga | 4,90 | 6,36 | 43,82 | 57,37 |
Chocolate em barra e bombom | 1,87 | 5,20 | 15,03 | 20,95 |
Fubá de milho | 1,65 | 4,92 | 17,16 | 31,3 |
Alho | 3,58 | 3,54 | 36,14 | 65,1 |
Leite em pó | 1,42 | 2,60 | 6,72 | 6,67 |
Café moído | 1,38 | 2,58 | 10,05 | 17,53 |
Ovos | -2,26 | 2,45 | 11,24 | 15,72 |
Tempero misto | 0,64 | 2,21 | 7,12 | 13,71 |
Batata-inglesa | 19,12 | 2,08 | 54,06 | 66,51 |
Arroz | 0,54 | 2,00 | 6,15 | 15,25 |
Queijo | 2,12 | 1,85 | 6,10 | 10,13 |
Sorvete | 2,11 | 1,59 | 7,40 | 11,01 |
Farinha de mandioca | 3,19 | 1,42 | 35,37 | 48,97 |
Chocolate e achocolatado em pó | 1,28 | 1,41 | 9,20 | 14,40 |
Lanche fora | 0,85 | 1,26 | 6,14 | 9,13 |
Açúcar cristal | -0,01 | 1,10 | 13,94 | 47,85 |
Carnes industrializadas | 0,60 | 0,98 | 3,50 | 7,20 |
Pão doce | -0,28 | 0,97 | 6,13 | 10,15 |
Outras bebidas alcoólicas | 1,28 | 0,94 | 5,41 | 13,46 |
Iogurte | 3,20 | 0,87 | 9,20 | 10,77 |
Suco de frutas | 0,01 | 0,87 | 4,45 | 12,02 |
Biscoito | 1,25 | 0,80 | 5,38 | 9,40 |
Macarrão | 1,36 | 0,71 | 5,84 | 12,52 |
Refeição fora | 0,53 | 0,69 | 4,39 | 9,37 |
Refrigerante | 0,33 | 0,54 | 5,41 | 12,26 |
Por outro lado, vários produtos tiveram seus preços reduzidos quando comparados com o mês de maio, destacando-se os seguintes:
Item | Variação (%) | Variação | ||
Acumulada (%) | ||||
Maio | Junho | Ano | 12 meses | |
Cenoura | -23,08 | -23,72 | 9,19 | -6,34 |
Cebola | 10,09 | -17,78 | 7,95 | -30,13 |
Açaí | -1,11 | -12,68 | 18,12 | -1,72 |
Tomate | 1,04 | -8,08 | -19,00 | -24,55 |
Frutas | -1,37 | -7,58 | 12,95 | 24,32 |
Pescado | -1,33 | -2,27 | 1,54 | 6,53 |
Óleo de soja | -0,42 | -1,85 | 10,24 | 19,00 |
Açúcar refinado | -0,31 | -1,58 | 15,35 | 45,33 |
Frango inteiro | -0,12 | -1,36 | -0,31 | 12,39 |
Pão de forma | 0,42 | -1,31 | 9,28 | 17,42 |
Doces | 0,91 | -1,26 | 3,67 | 6,91 |
Café da manhã | 1,21 | -1,25 | 4,01 | 9,60 |
Carnes | -0,53 | -0,85 | -0,50 | 6,48 |
Nos demais grupos, que, juntos, compõem os não alimentícios (0,22%), os principais itens em alta foram:
Item | Variação (%) | |
Maio | Junho | |
Taxa de água e esgoto | 10,37 | 2,64 |
Alimento para animais | 2,62 | 2,10 |
Artigos de papelaria | 0,98 | 1,44 |
Tv, som e informática | 2,57 | 1,27 |
Plano de saúde | 1,06 | 1,06 |
Serviços laboratoriais e hospitalares | 0,49 | 1,03 |
Higiene pessoal | 1,17 | 1,00 |
Artigos de limpeza | 0,85 | 1,00 |
Cama, mesa e banho | 1,89 | 0,98 |
Empregado doméstico | 0,87 | 0,87 |
Mão de obra pequenos reparos | 0,87 | 0,87 |
Roupa masculina | 1,88 | 0,85 |
Emplacamento e licença | 0,77 | 0,78 |
Condomínio | 0,79 | 0,74 |
Produtos farmacêuticos | 3,10 | 0,65 |
Manicure | 0,64 | 0,65 |
Cigarro | 9,33 | 0,61 |
Aluguel residencial | 0,40 | 0,58 |
Serviço bancário | 0,00 | 0,58 |
Serviços médicos e dentários | 0,91 | 0,52 |
Motocicleta | 0,72 | 0,52 |
Automóvel usado | 0,60 | 0,51 |
O item taxa de água e esgoto apresentou variação de 2,64%, tendo em vista as pressões exercidas por Salvador (7,98%), com reajuste de 9,98% em vigor a partir do dia 06 de junho; Brasília (7,69%), onde ocorreu reajuste de 7,95% em primeiro de junho; Belo Horizonte (5,57%), com reajuste de 13,90% vigente desde 13 de maio, além da revisão na estrutura tarifária praticada pela empresa de abastecimento de água e de esgotamento sanitário da região; e São Paulo (3,25%), com reajuste de 8,40% desde 12 de maio. Entres os itens não alimentícios que se apresentaram em queda, os destaques foram:
Item | Variação (%) | |
Maio | Junho | |
Passagem aérea | -8,22 | -4,56 |
Boate e danceteria | 0,37 | -2,00 |
Excursão | -1,28 | -1,84 |
Hotel | -0,98 | -1,43 |
Seguro de veículo | -0,05 | -1,25 |
Gasolina | -0,85 | -1,22 |
Automóvel novo | 0,80 | -0,90 |
Conserto de automóvel | 0,59 | -0,74 |
Etanol | -9,54 | -0,64 |
Eletrodomésticos | 0,48 | -0,57 |
Gás de botijão | -0,74 | -0,39 |
Apesar de não ter apresentado queda, o item energia elétrica, com variação de 0,05%, refletiu os resultados de Curitiba (-2,58%), com redução na tarifa de 13,83% em 24 de junho, Porto Alegre (-0,75%) com redução de 7,50% em uma das concessionárias em 19 de junho e Belo Horizonte (3,26%), com aumento de 3,78% em 28 de maio. Além disso, em oito das 13 áreas pesquisadas houve redução nas alíquotas do PIS/COFINS, ao passo que nas demais foi registrado aumento.
Sobre os índices regionais, o maior foi registrado na região metropolitana de Belo Horizonte, com 0,66 %, pressionado pela taxa de água e esgoto (5,57%), que refletiu o reajuste de 13,90% vigente desde 13 de maio, além da revisão na estrutura tarifária praticada pela empresa de abastecimento de água e de esgotamento sanitário da região. Além disso, as contas de energia elétrica aumentaram 3,26%, tendo em vista o reajuste de 3,78% no valor da tarifa em vigor desde 28 de maio. O menor índice foi o de Porto Alegre, com queda de 0,02%.
A seguir, tabela com os resultados mensais por região pesquisada.
Região | Peso Regional (%) | ||||
Variação | mensal (%) | Variação | Acumulada (%) | ||
Maio | Junho | Ano | 12 meses | ||
Belo Horizonte | 10,86 | 0,78 | 0,66 | 4,90 | 8,24 |
Belém | 4,65 | 0,60 | 0,52 | 4,82 | 9,17 |
Campo Grande | 1,51 | 0,73 | 0,45 | 4,30 | 8,40 |
São Paulo | 30,67 | 0,93 | 0,41 | 4,27 | 9,00 |
Goiânia | 3,59 | 0,28 | 0,39 | 3,81 | 9,29 |
Rio de Janeiro | 12,06 | 0,60 | 0,38 | 4,46 | 8,70 |
Salvador | 7,35 | 0,83 | 0,33 | 4,82 | 8,78 |
Fortaleza | 3,49 | 0,99 | 0,32 | 5,41 | 10,37 |
Recife | 5,05 | 0,90 | 0,32 | 4,55 | 8,44 |
Vitória | 1,78 | 0,62 | 0,32 | 3,18 | 7,43 |
Brasília | 2,80 | 0,45 | 0,11 | 2,76 | 7,55 |
Curitiba | 7,79 | 0,64 | 0,09 | 3,64 | 8,67 |
Porto Alegre | 8,40 | 0,92 | -0,02 | 5,14 | 9,67 |
Brasil | 100,00 | 0,78 | 0,35 | 4,42 | 8,84 |
Para cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados no período de 31 de maio a 29 de junho de 2016 (referência) com os preços vigentes no período de 29 de abril a 30 de maio de 2016 (base).
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande e de Brasília.
Fonte:IBGE