Em geral, as condições de crédito da América Latina devem permanecer fracas em 2016, refletindo a recessão no Brasil e os preços de commodities ainda fracos, embora estejam apresentando melhora. A avaliação é da agência de rating Standard & Poor’s. Em relatório aos clientes, a agência diz que mantém sua visão cautelosa da capacidade do novo governo brasileiro de implementar as reformas necessárias para estabilizar a economia.
A S&P também não espera que a decisão do referendo do Reino Unido de deixar a União Europeia, o “Brexit”, tenha impacto imediato nos ratings da América Latina, “mas estamos monitorando potenciais efeitos secundários”. Esses efeitos incluem a reversão dos fluxos de capitais, o impacto do apetite dos investidores pelos mercados emergentes e o consequente aumento nos custos de captação de recursos (funding), volatilidade cambial, e preços das commodities.
Qualquer combinação desses riscos pode afetar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina, alerta a S&P. “Nossa projeção-base do PIB da região melhorou modestamente para 2% em 2017, comparado a nossas projeções de contração de 0,9% para 2016″, diz a agência.
A S&P manteve o cenário para a economia brasileira em 2016, com uma retração de 3,6% do PIB neste ano, mas melhoro a estimativa do ano que vem de 0,5% de crescimento para 1%. As medidas propostas pela equipe do presidente interino Michel Temer, de limitar o crescimento das despesas do governo, aumentaram o otimismo entre investidores, apesar de a S&P afirmar que continua cautelosa em relação à implementação das mudanças devido à ainda alta incerteza política.
A agência destaca que a securitização de recebíveis feitas por pequenas e médias empresas no Brasil continuam a mostrar sinais de estresse, enquanto a América Latina deve mostrar estabilidade.