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Dilma acusa os suspeitos de sempre, defende “pedaladas” e ataca propostas de Temer

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A presidente Dilma Rousseff adotou um tom agressivo em seu pronunciamento no Senado durante o julgamento do impeachment, mas seguiu um roteiro previsível. Dilma acusou as “elites”, a oposição, o deputado Eduardo Cunha, ex-aliados e a imprensa pelo processo de afastamento, que comparou à tortura sofrida durante a ditadura militar e classificou como uma ameaça à democracia brasileira. Em sua apresentação, a presidente defendeu as chamadas “pedaladas fiscais”, alegando que elas não contrariam a lei e a Constituição e que foram usadas em outros governos. E criticou as propostas do presidente interino, Michel Temer, que seriam um “ataque às conquistas dos últimos anos”.

Sem fatos novos, porém, a expectativa é de que o discurso de Dilma e suas explicações e críticas terão pouco efeito sobre os senadores, que em sua maioria devem votar pela aprovação do impeachment.

Dilma justificou o uso dos bancos oficiais para financiar os gastos do governo alegando que, se não o fizesse, a máquina pública federal pararia, assim como os programas sociais. Ela voltou a atribuir a falta de recursos do governo à crise econômica internacional, que teria derrubado a arrecadação local.  A crise, segundo a presidente, começou em outubro de 2014, com a forte queda dos preços das commodities e a alta dos juros nos EUA. Além disso, Dilma citou a grave crise hídrica, que aumentou os custos com termelétricas. Em diversos trechos do discurso, a presidente afirmou que mesmo que o processo de impeachment tenha um componente político, a Constituição exige que haja um crime de responsabilidade para sua cassação.

Dilma atribuiu o processo de impeachment, novamente, às elites, insatisfeitas com os avanços dos programas sociais de seus governos, e que teriam se unido à oposição, derrotada nas urnas em 2014. Ela lembrou que a oposição tentou de todas as formas, segundo ela, reverter o resultado, com pedidos de auditoria nos votos e nas contas da campanha. Uma referência direta ao PSDB e a Aécio Neves, candidato derrotado na última eleição. A presidente culpou também a grande imprensa, que também teria colaborado com o processo de impeachment.

Ela atribuiu ainda a piora da economia à oposição, que teria barrado os projetos de reformas propostos por ela para que o país ajustasse suas contas, lembrando que partidos chegaram a votar contra bandeiras que defenderam sempre por quererem criar o clima de “quanto pior, melhor”. Dilma não citou, porém, que seu próprio partido, o PT, foi contra as reformas propostas pela então presidente.

Outro alvo de Dilma foi o deputado federal e ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que teria articulado o processo de impeachment como vingança. Segundo Dilma, ela não aceitou a “chantagem explícita” proposta por Cunha para que a base governista barrasse sua cassação.  As investigações da Lava Jato também foram citadas como motivo para o processo, e Dilma fez questão de afirmar que ela e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deram ampla liberdade para a Polícia Federal e o Ministério Público investigarem.

A presidente afirmou ainda que sua cassação configurará um golpe contra a democracia, cujo objetivo é retirar direitos dos trabalhadores. Ela citou Getulio Vargas, que criou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e que foi perseguido pela chamada “República do Galeão”, grupo de militares e opositores que pediam sua deposição e que acabou levando o ex-presidente ao suicídio. Citou ainda os casos de Juscelino Kubitscheck e João Goulart como presidentes vítimas de tentativas de deposição e de golpes, como o do parlamentarismo e o de 1964.

Dilma criticou algumas das propostas feitas pelo presidente interino Michel Temer, como as reformas trabalhista e previdenciária, que segundo ela retirarão diversos direitos dos trabalhadores, como a multa sobre o FGTS em caso de demissão, e desvincularão o piso da Previdência Social do salário mínimo.

No caso da Previdência, a reforma, uma das bandeiras de Temer, “será a destruição de maior instrumento de distribuição de renda do país” e afetará a economia de diversos municípios, alertou. Dilma também criticou o teto para os gastos públicos, principal medida de ajuste fiscal proposta pela equipe econômica de Temer, afirmando que o governo interino pretende impedir por 20 anos que mais crianças tenham acesso às escolas, que as pessoas tenham melhor atendimento à saúde e mais famílias a casa própria.

Dilma atacou também a proposta de retomada das privatizações por Temer, afirmando que o patrimônio do país “está em questão”, com os recursos do pré-sal, e as “riquezas naturais e minerárias sendo privatizadas”.

A presidente encerrou o discurso voltando a defender a realização de uma nova eleição presidencial, proposta já descartada até por seu partido, o PT.

 

 

 

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