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Itaú BBA vê retomada de ofertas de ações e até 10 operações no 2º semestre

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As ofertas de ações de empresas no mercado brasileiro devem surpreender nos próximos meses com a melhora do cenário econômico brasileiro e a entrada de investidores internacionais, afirma Christian Egan, corresponsável pela área de banco de investimentos e grandes empresas do Itaú BBA. Segundo ele, o banco já tem cinco ou seis operações mandatadas para este ano, ou seja, que estão sendo preparadas pelo banco. Com isso, o total de operações mais que dobraria em relação às quatro realizadas até julho. “Há uma janela de oportunidade para essas operações”, disse, durante almoço com a imprensa hoje.

E a tendência de retomada das ofertas deve continuar. Segundo Cristiano Guimarães, responsável pelo banco de investimento do Itaú BBA no Brasil, o total de novas ofertas pode chegar a 10 no segundo semestre, levantando um valor total entre R$ 5 bilhões e R$ 10 bilhões. “Isso é o total de ofertas que enxergamos no mercado”, explica Guimarães.

Pior já passou

Para Egan, o pior da crise brasileira já ficou para trás, e os mercados de ações, juros, dólar e os títulos no exterior (CDS) anteciparam parte dessa melhora, que já está nos preços desses ativos. Além disso, a economia também dá sinais de melhora e o segundo semestre deste ano já deve ser melhor que o primeiro, continuando a melhorar no ano que vem. “Os empresários destravaram planos de investimentos e a demanda por crédito cresceu, o que não significa, porém, que a economia já vai voltar ao normal”, explica o executivo. Segundo ele, a melhora deve começar com as empresas, mas o desemprego vai continuar crescendo ainda no ano que vem, apesar de a economia melhorar em 2017 de forma mais efetiva.

Grande interesse dos estrangeiros

Segundo Egan, o banco foi surpreendido pelo grande interesse dos investidores estrangeiros e pelo fluxo de recursos para mercados emergentes. Citando dados de fundos globais, da EPF, os fundos dedicados a países emergentes registraram a terceira maior captação semanal no mês passado, com US$ 5 bilhões. Parte desse dinheiro deve vir para o Brasil, que representa 3% dessas carteiras globais em média, acredita o executivo. Para ele, o fluxo para o Brasil ainda está começando. Houve uma primeira fase, que já fez o Ibovespa disparar, e deve ainda haver mais uma etapa, uma “segunda perna” de investimentos estrangeiros.

Eventos de liquidez

Há um grande interesse de estrangeiros em comprar ativos no Brasil, observa Egan. Ele conta que, em média, 50% das operações de fusões e aquisições feitas no país tiveram participação de estrangeiros nos último seis meses. O fato de muitas operações de venda envolverem participações grandes do capital das companhias, os chamados “eventos de liquidez”, também ajuda a atrair o capital externo, afirma Egan. “O capital estrangeiro está olhando oportunidades de comprar participações expressivas em empresas que, em condições normais, não conseguiria”, diz.

Ao mesmo tempo, as empresas brasileiras estão mais dispostas a vender seus ativos do que no passado. “Há uma combinação de fatores”, diz. “No passado, com o país em crescimento, as empresas estavam caras e não tinham interesse em atrair capital”, afirma. “Agora a situação mudou, e o capital estrangeiro está aproveitando a economia menos acelerada para comprar, enquanto as empresas locais, que antes não tinham interesse em captar recursos, agora demonstram vontade de conversar”, explica.

Para Carlos Constantini, diretor e estrategista-chefe da Itaú BBA Corretora, esses eventos de liquidez ajudam os gestores de recursos a diversificarem suas carteiras, comprando papéis que não estão no Índice Bovespa. “É uma forma de esses gestores, que perderam a alta do índice neste ano, pois ela se concentrou muito em papéis muito líquidos, como Petrobras e Vale, se diferenciarem daqui para frente”, explica.

Renda fixa local incentivada

No mercado de renda fixa, a expectativa é que o mercado local e internacional também voltem a se aquecer a partir de setembro, segundo os executivos do Itaú BBA. Até agora, porém, esse mercado tem sido dominado, localmente, pelas ofertas de papéis incentivados, isentos de impostos, voltados para pessoas físicas. É o caso dos certificados de recebíveis imobiliários (CRI) e do agronegócio (CRA), que foram destaque até julho. “As emissões de CRA dobraram em relação ao ano passado”, diz Alexandre Faria Teixeira, responsável pela área de renda fixa e operações estruturadas do Itaú BBA. “O mercado para pessoas físicas foi muito bom neste semestre”, afirma.

Mercado externo, retomando

Já no mercado externo,  as operações foram mais de rolagem de dívidas, com empresas trocando débitos curtos por papéis de maior prazo, como Petrobras, Marfrig, Vale ou Cosan, diz Felipe Wilberg, responsável por operações estruturadas e crédito corporativo. “No começo de setembro devemos ver o mercado mais ativo, especialmente o externo”, diz.

Ele observa que papel que mede o risco do país, os CDS, caíram de 500 pontos base (5 pontos percentuais) para 255 pontos (2,55 pontos percentuais), o menor nível desde que o país perdeu o grau de investimento, selo e bom pagador das agências internacionais em setembro de 2015. “E os juros longos americanos baixos representam um incentivo grande para o alongamento dos prazos das emissões, para 10, 20 anos”, diz.

Wilberg diz também que começa a ver investidores em papéis brasileiros, até pela falta de alternativas no mercado internacional, já que muitos países estão com taxas negativas de juros. “Nesse sentido, o Brasil está melhorando em termos relativos, em comparação com outros países, apesar de continuarmos com nossos problemas”, diz.

Já Christian Egan afirma que a retomada das emissões no exterior deve se dar primeiro com nomes conhecidos. “Novos entrantes devem ter de esperar um pouco mais”, diz, acrescentando que é por isso que muitas operações são de troca de dívida de curto prazo por longo prazo.

Mais concessões

Alexandre Teixeira está otimista também com a retomada das concessões, que devem reaquecer as emissões de papéis nos mercados de capitais local e internacional. “O diálogo com o governo aumentou e estamos discutindo o que pode ser feito para atrair o capital privado, para reduzir o volume de recursos subsidiados pelo BNDES”, afirma. Uma das alternativas seria criar algum modelo que garantisse um fundo de reserva para pagar os credores com parte das receitas das concessões, o que significaria uma segurança a mais para o investidor nesses projetos de longo prazo. Ele lembra que as operações devem se concentrar no curto prazo em concessões de energia e logística, como aeroportos, terminais  e portos. “Temos muitos projetos já aprovados também que precisam de financiamento para serem tocados”, diz.

Ele espera que as operações sejam aceleradas pelos leilões de linhas de transmissão de energia, marcados para este ano, assim como concessões de quatro aeroportos. “Temos percebido muito interesse de investidores por informações a respeito das concessões de aeroportos”, diz.

 

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