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Itaú lucra menos, piora expectativas para o crédito e anuncia bonificação a acionistas

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O Itaú Unibanco (BOV:ITUB4) divulgou hoje seu resultado do segundo trimestre, o primeiro após a incorporação do banco chileno CorpBanca em abril. O lucro recorrente, ou seja, sem eventos especiais, consolidado, foi de R$ 5,575 bilhões, 9,1% inferior ao do mesmo período do ano passado. Houve aumento de 8% sobre o primeiro trimestre deste ano. Com isso, o retorno sobre o patrimônio líquido do Itaú foi de 20,6% no segundo trimestre, ante 24,8% no mesmo período do ano passado. Os números foram comparados com uma simulação de como seriam os resultados do banco já com a incorporação do CorpBanca nos trimestres anteriores.

O banco anunciou também uma forte revisão das projeções para a carteira de crédito deste ano, que pode recuar até 10,5% em geral e 11% somente no Brasil, e uma bonificação aos acionistas de 10% em um aumento de capital de R$ 12 bilhões, como forma de agradar os investidores. O Itaú anunciou ainda uma provisão para perdas com títulos de uma grande empresa que ainda não venceram, mas que devem ser jogados para prejuízo até o fim do ano.

A recessão e a retração da procura do crédito foram as explicações para a piora do resultado no segundo trimestre. Excluindo as operações na América Latina, o lucro do Itaú no Brasil foi de R$ 5,2 bilhões, 10,3% inferior ao do mesmo período do ano passado e 3,9% superior ao do trimestre anterior. Olhando apenas o Brasil, o retorno do banco sobre o patrimônio foi de 21,1%, ante 25% no ano passado. Apesar da queda no lucro, os resultados foram considerados bons diante do cenário econômico que o país enfrenta, afirma Marcelo Copel, diretor de relações com investidores do banco.

A carteira de crédito do banco, considerando apenas o Brasil, teve queda de 7,5% no segundo trimestre em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Com o CorpBanca, a queda é menor, 5,4%. O banco continuou crescendo em linhas de menor risco, como crédito consignado e imobiliário, mas em um ritmo menor.

O resultado dos créditos de liquidação duvidosa cresceu 16,5% em relação ao ano passado, para R$ 5,365 bilhões, com aumento das provisões em 9,9% e queda nas recuperações de crédito de 16,4%. Nesse aumento de provisões está a reavaliação para o valor de um título de uma grande empresa que ainda não venceu, mas já foi considerado como perda pelo banco, segundo  Copel.

Ele não informou qual a empresa nem seu setor e nem o valor do título, informando apenas o total provisionado relativo à reavaliação de ativos de grandes empresas, que foi de R$ 539 milhões no segundo trimestre. No semestre, o total é menor, R$ 223 milhões, por conta de uma recuperação de cerca de R$ 300 milhões de crédito no primeiro semestre. A decisão do banco de antecipar as provisões fez a taxa de atrasos inferiores a 90 dias de grandes empresas subir de 1,5% da carteira em março para 2,3% em junho. Sem essa provisão, o percentual teria permanecido em 1,5%. Um dos possíveis credores é a empresa de telefonia Oi, que entrou com pedido de recuperação judicial.

Revisão de estimativas para o ano

A retração do crédito, a queda no dólar e a revisão para pior da recessão brasileira fizeram o banco rever sua estimativa para o ano para o crescimento da carteira de crédito, de uma queda de 0,5% a um crescimento de 4,5% para uma queda de 5,5% a 10,5%, incluindo a América Latina. Para o Brasil, a previsão piorou, de -1% a +3% para-6% a -11%. O banco anunciou também uma bonificação de 10% para os investidores em um aumento de capital de R$ 12 bilhões.

Segundo Copel, o banco revisou a expectativa de queda do PIB brasileiro de -2,5% para -3,5%. Além disso, reduziu a estimativa para o dólar para R$ 3,25 no fim deste ano, o que reduz os valores emprestados pela moeda americana no Brasil e no exterior. “Só o dólar reduz em 6 pontos percentuais nossa projeção para a carteira de crédito”, explica.

Junto com a queda na carteira de crédito, há uma queda nas receitas e a margem financeira do banco foi revista para baixo, compensada em parte pelo aumento dos spreads (diferença entre juro pago ao aplicador e o emprestado nos créditos). A margem financeira com os clientes, cuja previsão era crescer de 2% a 5% no total e 1% a 4% no Brasil agora deve variar de 0,5% a -2,5% no total e de 2% a -1% no Brasil.

As estimativas de despesas de provisões cresceram em R$ 1 bilhão por conta da incorporação do CorpBanca, passando para um valor entre R$ 23 bilhões a R$ 26 bilhões. Já as projeções de crescimento das receitas de seguros e serviços caíram de 6% a 9% para 4% a 7% neste ano, também pela incorporação e parte pela atividade econômica mais fraca.

Já as despesas não relacionadas a juros foram revistas para baixo por conta dos resultados no primeiro semestre, de crescimento de 4,6%. A projeção passou de 6% a 9% de aumento para 4% a 7%.

 Bônus para os acionistas

Copel destacou ainda o anúncio da bonificação para os acionistas do Itaú, de 10%, que será proposta em assembleia, o que representará um aumento de capital de R$ 12 bilhões, usando recursos das reservas de lucros. Segundo a operação, anunciada hoje, cada investidor receberá uma ação nova para dez que possui. As ações serão vendidas por R$ 20,05, com manutenção dos dividendos mensais de R$ 0,015, o que equivale a um aumento de 10% no valor recebido mensalmente pelos investidores.

 

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