Diante das perdas com operações da Gol (BOV:GOLL4) ligeiramente maiores do que o esperado no segundo trimestre, o Deutsch Bank recomendou em relatório a “manutenção” dos papéis da empresa aérea, com preço-alvo de R$ 17. Já o Banco do Brasil Investimentos elevou o preço-alvo da empresa, de R$ 3,80 para R$ 9,50 para o fim de 2017 e mudou a recomendação de manter para comprar.
A empresa teve uma perda operacional recorrente de R$ 150 milhões, acima dos R$ 150 milhões estimados pelo banco alemão. O lucro líquido da Gol foi de R$ 310 milhões, em grande parte pelo efeito contábil da queda do dólar sobre suas dívidas e ativos, ante um prejuízo de R$ 355 milhões no ano passado.
A receita operacional total da companhia somou R$ 2,1 bilhões, uma queda de 2% anual e R$ 64 milhões menos do que as projeções do Deutsche.
O texto aponta que a receita líquida por passageiro por quilômetro (PRASK) aumentou 6,9%, contra 16,4% no último trimestre, impulsionada por uma melhoria de 9,2% no rendimento, que foi parcialmente compensado por uma queda de 1,6 ponto percentual na taxa de ocupação.
Além disso, os analistas Michael Linenberg, Richa Talwar e Catherine O’Brien destacam que a Gol manteve a projeção de um corte de capacidade de 5% a 8% e 15% a 18% no número de lugares disponíveis em 2016. No fim do trimestre, a Gol tinha R$ 1,4 bilhão em caixa e aplicações financeiras de curto prazo, na comparação com R$ 1,8 bilhão no final do trimestre anterior e R$ 2,3 bilhões em dezembro de 2015. O equilíbrio de liquidez da aérea representa 14% de sua receita nos últimos 12 meses.
A empresa renegociou uma dívida debêntures com bancos brasileiros no valor de R$ 1 bilhão, conseguindo adiar R$ 225 milhões em débitos que venciam neste ano para 2017 a 2019.
Com isso, a empresa fechou o segundo trimestre deste ano com uma alavancagem de 7,6 vezes a dívida líquida versus o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitdar), após um aumento de 207% no Ebitdar, segundo cálculos da BB Investimentos. Apesar disso, a dívida líquida ajustada subiu 31,2% em relação ao segundo trimestre do ano passado, atingindo R$ 14,4 bilhões.
O BB Investimentos destaca a possibilidade de o dólar cair mais do que o estimado pela empresa e os preços dos combustíveis ficarem nos níveis atuais, o que elevaria os resultados operacionais da Gol. Além disso, a o plano de reestruturação financeira, que inclui adiamento de debêntures, corte de voos, redução de garantias excedentes pela Delta e revisão do cronograma de entrega de aviões com a Boeing deve ajudar a empresa. A companhia planeja também reduzir em 15% sua frota até o fim deste ano, para 122 aeronaves. Para o banco, a linha de tendência para a Gol mostra-se positiva. O analista Mário Bernardes Junior afirma que as medidas de ajuste da empresa começam a parecer suficientes para sustentar os números em terreno positivo o médio e longo prazos.
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