Demorou, mas finalmente entrou em operação a parceria entre corretoras de valores para centralizar suas atividades de retaguarda e processamento de dados em uma empresa especializada, como forma de reduzir custos. As corretoras Concórdia, Planner e Spinelli criaram uma empresa de infraestrura, a Núcleos, para fazer o trabalho operacional de todas. “É uma quarteirização de serviços, a empresa monta soluções para as corretoras, que podem reduzir seus custos operacionais”, explica Caio Weil Villares, sócio da Concórdia.
Segundo ele, que é também presidente da Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras (Ancord), com o mercado de capitais ainda apresentando volumes baixos de investidores, as corretoras têm cada vez mais de apelar para soluções que reduzam os custos. O projeto vem sendo desenvolvido há quase dois anos e teve de enfrentar todas as dificuldades de conciliar e atender as diferenças das instituições.
A proposta da Núcleos é prestar serviços para outras empresas também. Uma empresa de factoring já teria manifestado interesse de usar os serviços de quarteirização. para reduzir custos fixos.
O movimento das três corretoras é uma das alternativas que essas instituições buscam para se adaptar à nova realidade do mercado de capitais brasileiro. Outra tendência é de mais corretoras terceirizarem a parte de liquidação para outras. Nesse caso, as que deixam de realizar a liquidação na bolsa podem liberar garantias e passam a ser classificadas como Participantes de Negociação (PN). Em compensação, perdem os clientes institucionais, que normalmente não querem operar em corretoras que dependem de outras para liquidar os negócios na bolsa. A brasileira Gradual e a chinesa Haitong também decidiram virar PN.