O mercado financeiro estima que o Banco Central (BC) não vai reduzir os juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em 18 e 19 de outubro. A expectativa da maioria ainda é, porém, de uma queda em 28 e 29 de novembro, conforme dados da pesquisa Focus, realizada semanalmente com instituições do mercado e consultorias. De acordo com o levantamento, a projeção para a taxa básica Selic é ficar em 14,25% até o fim de outubro. Já para o fim do ano, a estimativa é de uma queda de 0,5 ponto percentual, para 13,75% ao ano, incluindo portanto uma redução no fim de novembro.
O mercado até chegou a trabalhar com uma redução dos juros em outubro, há quatro semanas, mas reviu sua estimativa diante do cenário de inflação mais forte e das declarações do BC e seus representantes, indicando maior cuidado em baixar o juro. Essa posição mais dura do BC fez o mercado reduzir as projeções para a inflação oficial, o IPCA, para 7,34% nesta semana, ante 7,36% na anterior. Mas a estimativa ainda está abaixo dos 7,31% de quatro semanas atrás, mostrando a piora das expectativas de inflação.
Mais importante que o IPCA deste ano, que já está praticamente dado, porém, a projeção para o ano que vem, que é hoje o principal objetivo do BC, está resistindo acima da meta de 4,5%, com o mercado trabalhando com 5,12% para o IPCA em 2017 há mais de quatro semanas.
Dólar atrapalha queda da inflação
Um dos fatores para o adiamento da queda dos juros é também a piora das condições externas, como o receio de alta dos juros nos EUA, que pressionaram o dólar comercial e podem influenciar os preços dos importados ou dos exportáveis. A projeção para o dólar em dezembro deste ano no mercado subiu no Focus da semana passada, para R$ 3,30, ante R$ 3,25 na semana anterior. O mercado espera uma nova alta do dólar em 2017, para R$ 3,45. Outro fator é a pressão dos alimentos, que puxou o IPCA neste segundo semestre.
Mercado projeta juros reais de 7,22% em 12 meses
Se for considerada a projeção do mercado para os próximos 12 meses, a inflação seria de 5,20%, abaixo dos 5,24% da semana anterior e dos 5,34% de quatros semanas atrás. E, tomando como base o juro projetado pelo mercado futuro da BM&FBovespa para o contrato que vence em outubro de 2017, de 12,80%, o ganho real projetado para 12 meses, descontada essa inflação de 5,20%, seria de 7,22% ao ano brutos. O cenário segue, portanto, positivo para o investidor em renda fixa.
Otimismo com a economia
A queda dos juros, porém, segue como fator para a melhora da economia brasileira, tanto que as projeções para o PIB seguem melhorando. A estimativa para este ano é ainda de queda, mas menor, -3,15%, ante -3,18% na semana anterior e -3,20% há quatro semanas. Para o ano que vem, o crescimento vem sendo revisto para cima, 1,36% na semana passada, ante 1,30% na semana anterior e 1,20% há quatro semanas.
A queda do dólar nos últimos meses fez o mercado piorar um pouco as projeções para o déficit externo do país, com o déficit de contas correntes aumentando este ano de US$ 15 bilhões para US$ 15,9 bilhões. Para o ano que vem, a piora será ainda maior, para US$ 24,20 bilhões.
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