ADVFN Logo ADVFN

Não encontramos resultados para:
Verifique se escreveu corretamente ou tente ampliar sua busca.

Tendências Agora

Rankings

Parece que você não está logado.
Clique no botão abaixo para fazer login e ver seu histórico recente.

Hot Features

Registration Strip Icon for default Cadastre-se gratuitamente para obter cotações em tempo real, gráficos interativos, fluxo de opções ao vivo e muito mais.

Dólar pode cair até R$ 3,00, mas deve voltar para R$ 3,30, diz Mário Mesquita, do Itaú

LinkedIn

O dólar comercial pode continuar em queda, recuando até R$ 3,00 sob o impacto da regularização de ativos no exterior, que já atingiu R$ 152,6 bilhões até hoje. Mas depois a moeda deve voltar a subir, atingindo R$ 3,20 a R$ 3,30 no fim do ano, devido às condições fiscais do Brasil e ao risco do país estimado pelo mercado internacional nos papéis do governo, os CDS, avalia Mário Mesquita, novo economista-chefe do Itaú Unibanco. Mesquita assumiu o cargo que era de Ilan Goldfajn, que saiu para presidir o Banco Central (BC). O próprio Mesquita era um dos nomes cotados para assumir o BC.

Ele prevê ainda um ano ainda difícil para a economia brasileira em 2016 e uma recuperação leve em 2017, melhorando em 2018. “Mas essa estabilidade e crescimento só devem se consolidar se as reformas fiscais forem aprovadas”, diz, numa referência à PEC 241, que fixa um teto para a correção dos gastos públicos e a reforma da Previdência. E ironiza as críticas ao ajuste fiscal. “Vejo essas críticas à PEC 241 com projeções de um PIB crescendo 3%, 4% ao ano durante décadas… achar que o PIB vai crescer sem ajuste fiscal é no mínimo um exercício heroico”, ironiza. “Essas análises não passariam por um critério analítico sério, mas papel aceita tudo”, afirma.

Mesquita participou de almoço com a imprensa ontem para apresentar sua equipe e falar pela primeira vez como economista do Itaú. Segundo ele, o dólar deve continuar se ajustando e no ano que vem deve atingir R$ 3,50, também com o cenário de alta dos juros nas economias desenvolvidas. “Os juros tendem a subir com a retomada da economia mundial no ano que vem, puxada pelos Estados Unidos, mas não devem ameaçar a recuperação”, diz ele, que trabalha com uma alta nos juros americanos no fim deste ano e duas no ano que vem.

A retomada americana deve ajudar os países emergentes, que devem voltar a crescer, puxados por Brasil e Rússia, no ano que vem.

Indexação segura inflação

A inflação deve seguir em queda, mas não deve chegar aos 4,5% da meta como quer o BC já no ano que vem. “O grau de indexação da economia não permite uma queda maior”, explica. Ajuda também uma melhora da parte fiscal, mas nada extraordinária. Esses fatores, mais uma economia mais fraca do que o esperado no fim deste ano, devem levar o BC a cortar os juros em 0,5 ponto na reunião de novembro, espera Mesquita. “O Copom destacou na ata da reunião a fraqueza da economia em agosto, e achamos que ele vai ver que não foi só agosto, mas setembro também ruim e isso pode abrir espaço para um corte maior”, diz.

Estoques baixos puxam recuperação da indústria

A projeção do Itaú era de uma queda do PIB no terceiro trimestre de 0,5% do PIB, mas já está em 0,8% e “com cara mais de 1% do que de 0,5%, diz Felipe Salles, do Núcleo de Conjuntura da equipe. Segundo ele, a queda inesperada de agosto e setembro veio dos segmentos de veículos e alimentos. “Consumo só deve melhorar no ano que vem”, diz. O banco vê, porém, estabilidade com alguma recuperação do setor industrial. “As indústrias estão se recuperando, até pelo nível de estoques muito baixo, e que precisa ser reposto mesmo que a demanda não aumente”, explica Mesquita. “Logo o comércio vai ter de começar a repor estoques e as indústrias começarão a produzir e iniciar a retomada”, afirma.

Queda do PIB maior este ano e vôo de galinha depois

Mesmo assim, a estimativa do Itaú é de que a queda do PIB possa ser maior que os 3,2% que o banco previa inicialmente, especialmente por conta do terceiro trimestre, diz Mesquita. Talvez a queda chegue a 3,5% neste ano, mas o banco vai esperar o anúncio do PIB do terceiro trimestre para fechar o número, o que deve ocorrer em novembro. Para 2017, o cenário é mais incerto. O banco mantém uma estimativa de crescimento de 2% do PIB, mas pode rever. Para 2018, o crescimento previsto é de 4%.

O momento é de virada na tendência da economia, mas se depender apenas da recomposição de estoques, será um “vôo de galinha” ou seja, durará pouco, alerta Mesquita. “Precisamos de mais coisas para ter um crescimento mais sustentável”, diz.

Commodities ajudam

Entre os fatores que podem ajudar estão a estabilidade dos preços das commodities, que garantem os preços de exportações. Segundo Mesquita, os investimentos costumam acompanhar os preços de exportações e a expectativa é que as matérias-primas sigam estáveis ou em alta no mercado internacional. E isso, se não atrapalha, pode ajudar numa retomada.

Outro fator é a taxa de juros, que também afeta o investimento. E o banco espera uma queda forte, para 10% ao ano para a Selic no ano que vem, graças à inflação em queda e a economia fraca. “Tivemos exemplos de eventos de queda das commodities em 2008 e 2014”, diz, lembrando que, em 2008, o BC baixou os juros e ajudou na recuperação da economia. Já em 2014, com a inflação em alta, o BC teve de subir os juros, piorando ainda mais a situação da economia já ruim. “Seria como uma pessoa passar mal e você, em vez de chamar a ambulância, chama o BOPE”, ironiza, numa menção à força policial de elite do Rio de Janeiro.

Empresas menos endividadas

E outro fator que pode ajudar a retomada é o fato de as empresas estarem começando a reduzir seu endividamento. Levantamento feito pelo banco mostra que a relação dívida e lucro das empresas vem caindo, ajudada também pela queda do dólar, que reduz os débitos externos das empresas. O custo unitário do trabalho, com o desemprego, também está caindo. “Com o lucro subindo, a empresa reduz a dívida e com a recuperação da economia acelera a desalavancagem e isso cria um círculo virtuoso”, diz.

Crédito demora a voltar

O crédito, porem, ainda vai demorar um pouco mais para voltar. Mesquita lembra que as dificuldades de alguns Estados e municípios em pagar seus fornecedores e bancos apertou a liquidez do sistema, ao mesmo tempo em que provocou um aumento dos atrasos de pagamento dos empréstimos consignados dos funcionários pelos atrasos de salários.

Desemprego, auge em 2017

O mercado de trabalho também deverá continuar piorando, com o desemprego atingindo o pico de 12,6% da força de trabalho em meados de 2017. “Depois ele começa a cair, mas volta a subir no fim do ano”, explica Mesquita, prevendo uma recuperação do emprego apenas em 2018.

O post Dólar pode cair até R$ 3,00, mas deve voltar para R$ 3,30, diz Mário Mesquita, do Itaú apareceu primeiro em Arena do Pavini.

Deixe um comentário