O Índice Bovespa encerrou o dia em alta, acompanhando a melhora dos mercados internacionais e o preço do petróleo e avanços no ajuste fiscal do governo e nas mudanças do pré-sal. O principal indicador do mercado acionário brasileiro fechou em alta de 1,54%, aos 60.254 pontos, com apenas quatro de seus 58 papéis em baixa. O volume negociado foi de R$ 6,9 bilhões, ligeiramente abaixo da média do ano, de R$ 7 bilhões.
Já o dólar comercial recuou diante dos avanços fiscais, fechando em baixa de 1,1%, vendido a R$ 3,22. O dólar turismo ficou estável, em R$ 3,38 para venda. Os juros futuros recuaram acompanhando o dólar.
Petrobras sobe 4% com petróleo e pré-sal
Petrobras foi destaque, beneficiada pela alta do petróleo no exterior e pela expectativa de que seja votada hoje na Câmara a mudança que acaba com a obrigatoriedade da empresa de participar de todos os leilões do pré-sal. O papel preferencial (PN, sem voto) (BOV:PETR4) da estatal subiu 3,99% e o ordinário (ON, com voto) (BOV:PETR3), 3,14%. Ainda nas commodities, Vale PNA (BOV:VALE5) subiu 1,09% e o papel ON (BOV:VALE3), 1,19%.
A alta do índice foi puxada pelos bancos, maior peso no índice, com Itaú Unibanco (BOV:ITUB4) ganhando 1,96% e Bradesco PN (BOV:BBDC4), 0,79%. Banco do Brasil ON (BOV:BBAS3) ganhou 2,26%.
JBS sobe 6% e só quatro papéis caem
As maiores altas do índice foram de JBS ON (BOV:JBSS3), com 6,19%, Qualicorp ON (BOV:QUAL3), 4,27%, Cosan ON (BOV:CSAN3), 4,15%, Petrobras PN (BOV:PETR4) e Gerdau Metalúrgica PN (BOV:GOAU4), 3,74%. As maiores quedas, as quatro únicas do índice, foram da BB Seguridade ON (BOV:BBSE3), 1,47%, Cielo ON (BOV:CIEL3), 0,81%, CPFL Energia ON (BOV:CPFE3), 0,25% e Rumo Logística ON (BOV:RUMO3), 0,16%.
Europa cai com mercado atento a US$ 46 trilhões de derivativos do Deutsche Bank
Na Europa, o dia foi de realização de lucros depois de vários pregões de alta, com a justificativa de que o Banco Central Europeu (BCE) estaria se preparando para não renovar o programa de recompra de títulos, o chamado Quantitativa Easing, em março do ano que vem, o que reduziria os incentivos ao mercado.
Ao mesmo tempo, as preocupações com o Deutsche Bank continuam. Agora, além da multa de US$ 14 bilhões das autoridades americanas por irregularidades em ativos imobiliários, o The Wall Street Journal cita que a exposição do banco alemão a derivativos era de US$ 46,994 trilhões no ano passado, mais que o PIB da Alemanha, de € 3,032 trilhões. Esse valor é o chamado “nocional”, ou seja, o banco compra um contrato futuro, mas dá de garantia 1% ou 2% de seu valor e paga as variações apenas. Mesmo assim, chama a atenção a posição do banco.
O Índice Stoxx 50, que reúne os 50 papéis mais negociados na Europa, fechou em baixa de 0,11%, enquanto o Financial Times, de Londres, perdeu 0,58%, o DAX, de Frankfurt, 0,32% e o CAC, de Paris, 0,29%. Hoje, a libra voltou a cair para os menores níveis em relação ao dólar em 31 anos por conta da saída da União Europeia.
EUA, petróleo e emprego no setor privado
Nos Estados Unidos, a alta do petróleo ajudou a puxar os mercados, depois que os dados de emprego no setor privado ficaram abaixo do esperado e reduziram um pouco a expectativa de alta dos juros. Os números da consultoria ADP mostraram a criação de 154 mil vagas em setembro, abaixo das 173 mil esperadas pelo mercado, o que mostra um mercado de trabalho melhorando, mas nem tanto. Com isso, os juros dos papéis de 10 anos, que chegaram a 1,722% ao ano, fecharam em 1,718% ao ano. O Índice Dow Jones fechou com alta de 0,62%, com o índice de ações de energia, que inclui as petrolíferas, ganhando 1,4%. O Standard & Poor’s 500 subiu 0,4% e o Nasdaq, 0,5%.
O petróleo ajudou na alta das bolsas, com o barril do tipo WTI negociado em Nova York subindo 2,3%, para US$ 49,83. O barril do Brent, de Londres, subiu 1,45%, para US$ 51,61 o barril. Os preços reagiram à queda nos níveis de estoques de petróleo nos Estados Unidos e à decisão dos países produtores de tentar limitar a oferta do produto. Os estoques de petróleo dos EUA caíram em 3 milhões de barris na semana passada, segundo a Agência de Informações de Energia. O mercado esperava crescimento nos estoques.
Juros recuam com dólar e avanço fiscal
No mercado brasileiro, a expectativa de avanço nas votações da proposta de emenda constitucional que limita o aumento dos gastos públicos federais à inflação do ano anterior ajudou a derrubar os juros, apesar de o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, ter afirmado ontem que não é certa a queda dos juros no curto prazo e que ela vai depender das condições econômicas na época da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O avanço também na proposta de reformulação da repatriação de recursos, que pode garantir mais recursos para o governo federal, e a queda forte do dólar ajudaram na queda das projeções.
Os contratos futuros de juros DI para janeiro de 2017 fecharam projetando 13,724% ao ano, 0,015 ponto percentual abaixo da projeção de ontem. Para janeiro de 2018, a projeção era de 12,08%, ante 12,17% ontem. E, para 2021, 11,33%, ante 11,47% ontem.
Já no mercado de câmbio, o dólar comercial voltou a perder força, com a melhora dos cenários externo e externo. A moeda americana fechou em baixa de 1,1%, vendido a R$ 3,22 no mercado comercial, e estável no mercado turismo, vendido a R$ 3,38 e comprado a R$ 3,17. No mês, o dólar cai 0,98% e, no ano, 18,73%.
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