Principal líder da campanha pela saída do Reino Unido da União Europeia (UE), o hoje chanceler Boris Johnson chegou a escrever um artigo contrário à Brexit – palavra formada pela abreviação dos termos Britain (de Great Britain, Grã-Bretanha), e exit (saída) – para o jornal Sunday Times, mas o texto não foi publicado.
Segundo a Agência Ansa, a informação foi divulgada por um jornalista do diário, Tim Shipman, no livro All Out War. Shipman diz que o texto é de fevereiro deste ano, mês em que o então primeiro-ministro britânico, David Cameron, convocou o referendo sobre o tema.
No artigo, Johnson dizia que a permanência do Reino Unido na bloco seria favorável para o mundo e para a Europa e alertava que a Brexit poderia causar um choque econômico no país, desencadeando também um processo de independência na Escócia e agressões da Rússia.
De acordo com o Sunday Times, ele escreveu na época dois artigos, um contra e outro a favor do rompimento, para “esclarecer seus pensamentos”, e depois fez um terceiro se decidindo pela Brexit, que acabou publicado pelo Daily Telegraph.
O próprio Johnson confirmou essa informação e afirmou que o texto pró-UE era uma “semiparódia”. Ex-prefeito de Londres, ele liderou a campanha pela Brexit e era cotado para substituir Cameron como primeiro-ministro, porém, abriu mão da disputa. Com a eleição de Theresa May, foi nomeado secretário de Relações Exteriores.