A delação do fim do mundo: executivos da Odebrecht começam a assinar acordos

Executivos da empreiteira Odebrecht, investigada na Operação Lava Jato, começaram a assinar hoje acordos de delação premiada com a força-tarefa de procuradores que investiga desvios na Petrobras. Os termos dos acordos estão sob sigilo e os detalhes não serão divulgados. A expectativa é grande pois a empresa é a maior empreiteira do país e participou de quase todas as grandes obras não só do governo federal, mas também de estados e municípios, e está envolvida nos maiores escândalos de corrupção denunciados não só na Lava Jato.

Além disso, a empreiteira financiou campanhas e tem relações com políticos de todos os partidos, desde o PT, que ficou no poder nos últimos 12 anos, passando pelo PMDB, que está no poder agora, como com representantes do PSDB. O poder de destruição das delações da Odebrecht na classe política brasileira, portanto, não pode ser calculado, e pode comprometer o já conturbado governo do presidente Michel Temer. O receio das revelações da empreiteira levou os políticos a tentarem aprovar às pressas uma reforma política que reduza as punições para o uso de caixa dois.

Um dos depoimentos mais esperados pelos procuradores é o do ex-presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, condenado pelo juiz federal Sérgio Moro a 19 anos e quatro meses de prisão por crimes de corrupção passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro na Lava Jato.

A expectativa é que os depoimentos, nos quais os funcionários devem relatar repasses de propina para políticos, sejam enviados no começo do ano que vem para o Supremo Tribunal Federal (STF), a quem caberá a homologação das oitivas.

Em março, a Operação Xepa, uma das fases da Lava jato, teve a Odebrecht como principal alvo e prendeu diretores e executivos da companhia.

Com informações da Agência Brasil.

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