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Estou cansado de lutarem em meu nome, reivindicando coisas que não quero…

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Partidos como o PT, PSOL e alguns movimentos sociais têm uma mensagem moralista bem clara: “nós defendemos os pobres e as minorias”.

Logo, para quem enxerga o mundo de maneira unidimensional, se você se coloca contra esses movimentos, você só pode estar contra esses pobres e essas minorias. Mais, você só pode estar a serviço das elites, dos opressores, de grandes grupos empresariais.

A verdade, infelizmente não é essa. Há pessoas – e não são poucas – que estão cansadas de serem utilizadas de escudos, sob o pretexto que esses grupos estão defendendo os seus interesses. Por um simples motivo: estes movimentos além de não estarem contribuindo muito ultimamente, muitas vezes acabam prejudicando a vida daqueles que eles dizem defender.

Mais do que isso. Esses indivíduos são muitas vezes proibidos de pensar por si só. Sempre que alguém confronta estes grupos – que supostamente defendem a diversidade – é deixado ao relento, mesmo que ele faça parte de uma minoria defendida por estes grupos.

Uma prova? Janaína Paschoal, foi hostilizada por defender o impeachment. Algum movimento feminista a defendeu? Fernando Holiday, que até meses atrás dormia sob um pedação de papelão, foi eleito o vereador mais novo da cidade. Ele era negro e gay, porém de direita. Alguém festejou? Não, e nem festejará. Se depender destes “movimentos sociais” eles estarão sozinhos.

Esta é a hipocrisia de alguns e aqui o relato de um pobre que defende o capitalismo, um gay que não é de esquerda, uma mulher que prefere não ser feminista.

Relato 1. O pobre que prefere defender o capitalismo

Como você consegue ser pobre e de direita? Cansei de ouvir isso de alguns amigos meus. Geralmente de amigos não pobres.

Mas deixa eu me apresentar. Meu nome é Leonardo. Eu nasci, cresci e ainda vivo na Patriarca, um bairro da Zona Leste de São Paulo. Minha casa fica há 7 minutos do Itaquerão, bem diferente dos 50 minutos que demora até o bairro nobre dos jardins. Por causa disso, eu vejo diariamente a vida simples de milhões de brasileiros de origem humilde que pega a linha vermelha do metrô.

Pela dedicação da minha mãe com os seus filhos, eu consegui estudar Economia na Fundação Getulio Vargas, uma das faculdades mais tradicionais e caras de São Paulo. Esse fato me fez viver entre os dois mundos diariamente. As 7 da manhã eu estava com as pessoas mais simples de São Paulo e as 9 eu estava com a classe alta. Somente com essa simples experiência, eu ratifico as palavras de Joãozinho Trinta “o povo gosta de luxo, quem gosta de pobreza é intelectual”.

Respondendo à pergunta do meu amigo, eu não sei bem se sou de direita ou esquerda, pois este conceito se perdeu no meio do caminho. O que eu tenho certeza, porém, é que defendo o capitalismo e sociedades que não desdenham das leis de mercado. Por que?

Simples: se você pudesse escolher qualquer período da história humana para nascer e ter as maiores condições econômicas possíveis, você escolheria hoje. Nós nunca tivemos tanta saúde, tanta tecnologia e tanto lazer como hoje. Um cidadão médio hoje de São Paulo não só é mais rico, como muito mais rico do que um rei da França no século XVII. Um cidadão médio de Belo Horizonte é mais rico que Júlio César, Imperador de Roma.

Se você tem dor de cabeça? Toma uma aspirina. Para se comunicar? Whatsapp ou ligações via Skype para qualquer lugar do mundo. Ao final de semana? Você pode pegar um Uber para o cinema ou assistir um filme Netflix. E tudo isso graças ao capitalismo e democracia.

Em 1980, o mundo tinha 44% da população vivendo abaixo da linha de pobreza. Isso era 2 bilhões de pessoas. Hoje, temos 12% da população, o que significa 900 milhões de pessoas a menos. Uma redução de mais de 50%.

Isso não aconteceu porém em países como Venezuela, Cuba ou Coréia do Norte. Países que desdenham das leis de mercado. Isso aconteceu onde incentivaram o empreendedorismo e incentivaram o comércio. Respondendo ao meu amigo, é por isso que defendo o capitalismo.

Relato 2. O gay que não é de esquerda…

Estou cansado de gente reivindicando causas que não fazem nada de efetivo. Ao apoiarem movimentos sociais de esquerda, gays se acham representados, mas e os efeitos práticos na vida dessas pessoas?

No Brasil, como a esquerda lida com os LGBTs?

Uma experiência não muito animadora é criticar o governo do PT em um meio gay. PSOL então, é quase uma heresia. Mas será que esses partidos melhoraram tanto a vida dos LGBTs no Brasil para justificar essa defesa regada a memes da Inês Brasil?

Outro dia fui discutir a PEC 241 com um amigo meu. A pessoa terminou dizendo ser um absurdo gay de direita. Essa é a realidade. Hoje, se você não fala Fora Temer, Luciana Genro diva lacradora e outros jargões, você é marginalizado.

Gays gritam “Fora, Temer” e votam Dilmãe, mas esquecem que o PT cedeu a comissão de direitos humanos para o PSC – partido de Bolsonaro e Marco Feliciano – para ter a de constituição e justiça. E para completar, o PSOL, que se diz tão a favor de minorias e parece ser a linha auxiliar do PT, apoiou tudo que eles fizeram.

O deputado Jean Wyllys – cuja função é eleger a família Bolsonaro – só propõe projetos de dia do orgulho sei lá o que, cirurgias caras pagas pelo contribuinte e coisas como calote da dívida. Nada do que ele fez até hoje ajudou a minha vida.

Não foi a Dilma que aprovou casamento gay, e sim o STF. A única coisa que a Dilma fez com os gays foi causar um desemprego tão alto entre jovens que impede o gay de 18 anos de procurar um emprego pra sair de casa da família crente. Eu mesmo vi vários amigos gays que estão procurando emprego no Outback, Zara, Starbucks. Alguns foram demitidos e tem que ficar quietos em casa, sob mão de ferro de pais religiosos. E mesmos esses amigos, apoiam a Dilma.

E por que isso acontece?

Em Economia Comportamental, há modelos que mostram como no comportamento de manada pessoas tendem a incorporar opiniões de grupos, mesmo que não concorde. Particularmente vejo isso na forma que alguns gays em geral adotam ideias de esquerda. O fazem só pra pertencer a um grupo. E isso tem origem lá na década de 70 quando gays ainda se encontraram em guetos e dependiam uns dos outros pra sobreviver.

Eu tive a sorte de ter uma família por parte materna que me aceitou e sempre se esforçou para garantir minha educação e posteriormente minha mudança para São Paulo. Mas imagino aquele gay pobre, 17 anos, cujos pais são fundamentalistas. Qual a perspectiva dele? Aposto que muitos nessa situação gostariam de sair de casa, procurar um emprego e viver a vida sem ter que dar satisfação.

Infelizmente, o governo Dilma, com suas ações econômicas heterodoxas, apoiadas pela esquerda como o PSOL, partido que mais diz defender os LGBTs, criaram uma massa de 12 milhões de desempregados, sendo mais grave ainda entre os jovens. Junte a isso o aumento do custo de vida e perda do poder de compra. O sonho do jovem gay pobre de tocar sua vida, ficou mais difícil.

Ter alguém no congresso querendo financiar a parada gay com dinheiro público é bonito, mas quando se avalia o conjunto da obra, um contexto econômico que permita a independência e maiores oportunidades, faz muito mais pelos LGBTs. Talvez para quem já seja aceito e tenha condições de sair na rua, os projetos do PSOL sejam os mais desejados, mas para quem ainda não pode nem se assumir, a independência tem ganhos muito maiores.

Relato 3. A mulher que prefere não ser feminista

No reino Unido, 7% das mulheres se declaram feministas. Ao mesmo tempo que 90% se diz preocupado com as mulheres. Esta é uma evidencia que para se preocupar com as mulheres você não precisa ser feminista. Por que?

As feministas querem falar por mim, pensar por mim, dizer para mim o que devo defender. Mas deixe-me lembrá-las de uma coisa: antes de ser mulher, sou um indivíduo. Tenho minhas próprias opiniões sobre as coisas e, sobre as que eu não tenho, prefiro eu mesma estudar, me informar e refletir, até chegar a uma conclusão. Não me sinto valorizada quando sou massa de manobra de um grupo.

É assim com o aborto, tema que eu ainda não tenho uma opinião formada. Mas elas decidiram que eu tenho que ser a favor, e se eu ousar contestar, serei logo tachada de machista, de não me importar com as milhares de mulheres que morrem por ano por causa de abortos malfeitos, com os pais que abandonam as mulheres grávidas, ou com as dificuldades que elas enfrentarão para criar o filho indesejado.

Elas decidiram também que preciso ser a favor das cotas para mulheres. Não tenho o direito de achar injusto, pois fomos oprimidas durante muitos anos e merecemos essa reparação. Mas esse ano, pude ver de perto as distorções criadas pelas cotas. Decidi me candidatar a vereadora e assisti à agonia dos partidos para conseguir mulheres para cumprir a cota de 30% de candidatas. As mulheres não se candidatavam porque não queriam, porque tinham preferências diferentes. Ao mesmo tempo em que muitos homens que passaram anos se preparando foram impedidos de sair candidatos porque os partidos precisavam manter a proporção de homens e mulheres. E pra completar, apuradas as urnas, a quantidade de mulheres eleitas foi ainda menor que a de 2012, quando ainda não havia cotas femininas.

Sobre a minha candidatura, ela foi pelo Partido Social Liberal. Sim, não tem socialismo na sigla, nem o C de comunismo. Não foi surpresa nenhuma, que nenhum grupo feminista me apoiou. Mesmo eu sendo? Mulher…

Resumindo: em relação às cotas para mulheres, uma medida cheia de boas intenções, mas que além de não resolver o problema, ainda criou outro. O feminismo também fez o favor de gourmetizar o estupro. Graças a elas, esse crime terrível agora é nivelado por baixo. Para “as gênias” do ativismo feminino, um beijo roubado no carnaval é tão estupro quanto sexo forçado por um estranho no meio da rua. E mulheres que passam por essa experiência tão traumática são jogadas no mesmo balaio de casos em que uma bofetada resolveria. Por causa disso, diversas mulheres que de fato foram violentadas não são mais levadas a sério.

Figuras como a modelo Gisele Bündchen, a primeira ministra Margaret Thatcher fizeram muito mais pelas mulheres do que ativistas feministas da Marcha das Vadias. A polonesa Marie Curie, primeira mulher a ser laureada com um Prêmio Nobel e a primeira pessoa e única mulher a ganhar o prêmio duas vezes, elevou muito mais o perfil das mulheres do que estas ativistas.

Resumo da Ópera

Não há dúvidas de que ainda hoje há desigualdade entre homens e mulheres. Não há dúvidas de que há crimes de homofobia. Tampouco resta dúvida de que há uma obrigação moral daqueles que hoje possuem mais condições financeiras ajudarem aqueles que hoje estão na base da sociedade.

O que tem acontecido, porém, é que nem estes movimentos não tem resolvido nem encontrado soluções para estes problemas. Invadir escolas (proibindo que diversos alunos façam o ENEM), destruir o patrimônio nacional (colocando fogo em ônibus), não tem sido as respostas buscadas pela sociedade. Ao tolher qualquer outro tipo de pensamento do indivíduo, eles vêm deixando de representar as mulheres, pobres e gays.

 

Leonardo de Siqueira Lima, Economista pela FGV

Victor Hugo Calvin, graduando em Economia pela FGV

Priscila Chammas, Jornalista pela Universidade Federal da Bahia

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