O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), que reajusta os alugueis, acelerou neste mês para 0,54%, superando as projeções do mercado, de alta de 0,46%, puxado pelos preços no atacado. Em dezembro do ano passado, a variação havia sido de 0,49%. Com isso, o índice que corrige também contratos do mercado financeiro acumulou alta de 7,17% no ano, abaixo dos 10,54%de 2015. Os dados foram divulgados hoje pela Fundação Getúlio Vargas. O IGP-M é importante pois tem peso forte de preços no atacado, que servem de referência para futuras pressões nos índices de varejo, como o IPCA, que é usado pelo Banco Central nas metas de inflação.

Atacado puxa a inflação

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que tem peso de 60% no IGP, apresentou alta de 0,69%, puxando o resultado geral. No mês anterior, houve deflação no atacado, de -0,16%.

O Índice de Bens Finais do IPA variou -0,26% em dezembro. Em novembro, este grupo de produtos havia caído mais, -0,82%. Contribuiu para o avanço o subgrupo alimentos in natura, cuja taxa de variação passou de -8,90% para -5,04%.

No grupo Bens Intermediários, o índice subiu 0,53%. Em novembro, a taxa foi de -0,43%. O principal responsável por este resultado foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa de variação passou de -3,82% para -0,51%.

Preços ao consumidor comportados

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no IGP-M, registrou alta de 0,20%, em dezembro, ante 0,26%, em novembro. Quatro das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação. A principal contribuição partiu do grupo habitação (0,26% para -0,62%).

Apresentaram decréscimo em suas taxas de variação os grupos: Transportes (0,53% para 0,45%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,63% para 0,60%) e Comunicação (0,40% para 0,12%). Em contrapartida, apresentaram acréscimo os grupos: Alimentação (-0,07% para 0,21%), Educação, Leitura e Recreação (0,32% para 1,16%), Despesas Diversas (0,14% para 1,04%) e Vestuário (0,14% para 0,36%).

Construção Civil pressiona com salários

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), com peso de 10% no IGP-M, registrou, em dezembro, alta de 0,36%. No mês anterior, este índice variou 0,17%. A maior pressão veio da Mão de Obra, que teve alta no mês de 0,55% por conta dos reajustes em algumas regiões do país. O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços registrou variação de 0,15%. No mês anterior, a taxa havia sido de -0,05%.

Todos ajudam na queda da inflação

Segundo a MCM Consultores, a queda da inflação deste ano no IGP-M, de 11,2% em 2015 para 7,17% neste ano contou com a colaboração de todos seus subitens. O IPA-M subiu 7,64% este ano, para 11,2% em 2015, sendo que o IPA Agropecuário passou de 15,45% para 11,62% este ano e o Industrial, de 9,59% para 5,96%. Já os preços ao consumidor subiram 6,25% no ano, ante 10,24% no ano passado. O INCC subiu 6,35%, ante 7,22%. Apesar de tudo, a MCM destaca que foram dois anos consecutivos de inflação agropecuária bastante elevada.

Por conta do resultado, a MCM elevou sua estimativa para o IGP-DI de dezembro, que é calculado de 1º a 30 do mês, de 0,55% para 0,67%. O IPA Industrial deve ser novamente o vilão da alta, com o aumento dos preços da gasolina e do diesel nas refinarias e do minério de ferro, produtos químicos e metalurgia básica. Alimentos industrializados tendem a subir menos e compensar um pouco essa alta. Já no varejo, o IPC será impactado pelos aumentos de cigarros, alimentos, vestuário e combustíveis, enquanto o INCC terá o impacto dos salários, já sentido no IGP-M.

E o IGP-DI deverá fechar o ano com alta de 7%, ante 10,7% em 2015.

Com informações são da Agência Brasil.

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