Com o Congresso em recesso, o cenário político pode dar alguma folga para os investidores. Só que não. Continuam as investigações da Operação Lava Jato e novas denúncias podem surgir envolvendo o presidente Michel Temer e seus assessores. Os depoimentos de executivos da Odebrecht já foram colhidos e, portanto, novos vazamentos devem ocorrer, o que exigirá muito sangue frio dos investidores. Ao mesmo tempo, com a virada do ano, a pressão para derrubar Temer pode diminuir pois não haverá novas eleições se ele sair depois de 31 de dezembro. A escolha do próximo presidente caberá ao Congresso, o que cria uma incerteza muito grande para o país que não agrada nem empresários e nem os próprios políticos. Mas com o Ministério Público investigando a todo vapor e o Judiciário e o Legislativo em pé de guerra, tudo pode acontecer. O recesso pode ser, inclusive, uma chance de os líderes dos três Poderes da República tentarem aparar as arestas.
No cenário econômico, a penúltima semana do ano (sim, 2016 está finalmente terminando) ainda será movimentada, com o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, apresentando na terça-feira a agenda de medidas estruturais do BC. A agenda inclui quatro pilares: cidadania financeira, melhoria da eficiência do sistema financeiro, arcabouço legal do BC e redução do custo de crédito. Na quinta-feira, o Conselho Monetário Nacional (CMN) pode já oficializar algumas das propostas do BC.
Ainda falando de Banco Central, outro evento importante será o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), que serve de base para a própria política monetária e do regime de metas. Para o Banco Fator, os dados recentes de inflação e atividade serão avaliados e deve mostrar por que os diretores do BC passaram a falar mais sobre a preocupação com a economia. E devem notar os avanços da PEC dos Gastos, aprovada na semana passada pelo Senado, e do projeto de reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça.
Mas o Fator observa que o se o BC for esperar um quadro político confortável, os juros só cairiam em 2018. O banco espera que as projeções do BC para o IPCA fiquem muito perto da meta de 4,5% em 2017 e bem abaixo em 2018, o que deve levar o Comitê de Política Monetária (Copom) a acelerar a redução dos juros para encerrar outubro em 9,75% ao ano. O BC vai divulgar ainda os dados de contas externas e crédito de novembro.
Outro dado importante de inflação é o IPCA-15, prévia da inflação oficial, que deve subir 0,28% em dezembro e fechar o ano em 6,74%, ligeiramente acima do teto da meta, de 6,5%.
Sem data definida, saem nesta semana também os dados de emprego com carteira assinada do Ministério do Trabalho, o Caged.
Nos EUA, a presidente do Federal Reserve, o banco central do país, Janet Yellen, deve falar na segunda-feira. Na semana, saem também dados do PIB do terceiro trimestre e dados de vendas de casas novas e usadas e preços de imóveis.
Na Europa, saem dados da confiança do consumidor na zona do euro.
Segunda-feira, 19 de dezembro:
Na Alemanha, saem dados do Clima de Negócios de dezembro. No Brasil, será divulgada a segunda prévia do IGP-M de dezembro pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e o BC divulga o Boletim Focus, com as projeções dos mercados. Nos EUA, serão divulgadas as pesquisas dos gerentes de compras (PMI) de serviços e comptos de dezembro e, no fim do dia, às 16h30, a presidente do Fed, Janet Yellen, fará um discurso.
Terça-feira, 20 de dezembro:
O presidente do BC, Ilan Goldfajn, dá entrevista para apresentar a agenda de medidas estruturais do banco. O BC divulga ainda a Nota do Setor Externo de novembro. Na China, sai o Indicador de Atividade Econômica.
Quarta-feira, 21 de dezembro:
A FGV divulga a Prévia da Sondagem da Indústria de dezembro. O IBGE divulga a prévia da inflação oficial, o IPCA-15. O Tesouro divulga o relatório mensal da dívida pública de novembro. Na Europa, sai a Confiança do Consumidor na zona do euro de dezembro. Nos EUA, saem dados de vendas de casas usadas e os estoques de petróleo.
Quinta-feira, 22 de dezembro:
O BC divulga seu relatório trimestral de inflação e a Nota de Mercado Aberto. No fim do dia, haverá reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN). Nos EUA, sai o PIB do terceiro trimestre, juntamente com o Índice de Atividade nacional de novembro (CFNAI), as encomendas de bens duráveis do mesmo mês, a renda pessoal, os gastos pessoais e o Deflator do PCE, indicador de inflação usado pelo Fed em suas metas de preços. Saem ainda os preços de casas de outubro e a Sondagem da Manufatura de Kansas City e os Indicadores Antecedentes de novembro do Conference Board.
Sexta-feira, 23 de dezembro:
No Reino Unido, saem os dados do PIB do terceiro trimestre. No Brasil, serão divulgados o IPC-Semanal da FGV da terceira quadrissemana de dezembro, a Sondagem da Construção e o INCC de dezembro. O BC divulga a Nota de Política Monetária e Operações de Crédito. Nos EUA, saem dados de vendas de casas novas e a Confiança do Consumidor da Universidade de Michigan.
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