Os financiamentos com recursos da caderneta de poupança atingiram R$ 5,38 bilhões em dezembro do ano passado, o que representou um crescimento de 35,2% ante novembro. Em relação a dezembro de 2015, houve crescimento de 12,9%, de acordo com dados divulgados hoje (24) pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
Os dados mostram ainda que no ano passado os financiamentos imobiliários chegaram aos valores de R$ 46,6 bilhões, mas foram 38,3% menores do que em 2015, quando atingiram R$ 75,58 bilhões de janeiro a dezembro. Em todo o ano de 2016 foram financiadas 199,7 mil unidades, queda de 41,5% na comparação com o ano de 2015, quando as unidades financiadas chegaram a 341,5 mil unidades.
No último mês de 2016 foram financiados 20,4 mil imóveis nas modalidades de aquisição e construção, com crescimento de 35,2% na comparação com novembro quando foram financiados 15,1 mil imóveis.
Os depósitos nas cadernetas em dezembro de 2016 superaram os saques em R$ 9 bilhões com relação ao mesmo mês de 2015, quando o balanço entre depósitos e retiradas havia sido positivo em R$ 4,79 bilhões. Os dados mostram ainda que entre janeiro e dezembro de 2016 a saída da poupança foi de R$ 31,2 bilhões, mas mesmo assim foi melhor do que em 2015 quando houve saída de R$ 50,1 bilhões.
“Apesar de ter perdido dinheiro, a rentabilidade garantiu que o estoque tenha voltado a crescer. Ainda que muito pouco é uma excelente notícia que mostra poupança tendo reversão. Em um cenário que o estoque cresce de maneira sutil parece que entrou no fundo do poço mas está saindo. Então 2017 sinaliza que estamos entrando num novo momento”, disse o presidente da Abecip, Gilberto Duarte de Abreu Filho.
Ele destacou que os números são resultado da atividade econômica caindo drasticamente e atingindo todos os setores. “Uma das boas notícias do início do ano é a inflação baixando, o que permite que os juros caiam. Em 2017 já temos juros de longo prazo mais baixo. A tendência é a de que, na medida que os juros de curto prazo e as reformas sejam aprovadas, a curva ceda cada vez mais, até mais rápido que a curva dos juros”, disse Abreu Filho.
Segundo os dados, os financiamentos pela poupança foram menores do que os feitos pelo Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), com os quase R$ 47 bilhões da poupança contra os R$ 64 bilhões do FGTS. “Os preços de juros do FGTS são mais atrativos porque são mais competitivos mesmo com relação ao aluguel. O FGTS tem ocupado algum espaço da poupança principalmente por conta do Minha Casa, Minha Vida. Este mercado está extremamente ativo”.
Segundo Abreu Filho, a expectativa da entidade é a de que em 2017 o cenário seja de estabilidade, que os financiamentos por meio da poupança cresçam 5%, ao passar dos quase R$ 47 bilhões para R$ 49 bilhões. Para os financiamentos por meio do FGTS, a estimativa é a de que haja queda de 1,5% ao passar de R$ 64 bilhões para R$ 63 bilhões.