O ano de 2016 fechou com boas notícias para os investidores brasileiros. O Índice Bovespa encerrou o ano em alta. Segundo dados da Economatica, o IBOV apresentou 38,94% de valorização na somatória dos 12 meses do ano passado.
A última vez que o índice teve alta foi em 2012, quando avançou 7,4%. Em 2014, a desvalorização foi de quase 3%. Bem menor que no ano posterior, já que em 2015 houve queda 13,3%, fechando o ano em 43.349 pontos. Mas no ano passado, a recuperação do principal índice da Bolsa de Valores brasileira foi impressionante.
O IBOV encerrou 2016 em 60.227 pontos no último pregão do ano, marcado pelo baixo volume de negócios causado pelas comemorações desta época. A menor cotação do ano foi em 04 de janeiro, quando o fechamento foi de 42.141 pontos. Enquanto a maior pontuação do índice foi verificada no dia 31 de outubro, quando estava cotado em 64.954 pontos.
Essa retomada é consequência, entre outros fatores, dos acontecimentos políticos no país. Mas o cenário internacional incerto e o preço das commodities também influenciaram esse movimento. Além disso, algumas ações da Bolsa brasileira foram responsáveis por causar impacto positivo e impulsionar a cotação do Ibovespa.
Exemplo disso são os papéis da Vale e da Petrobras, que encerraram o ano oferecendo boa valorização a seus investidores. As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) chegaram a uma mínima histórica em janeiro de 2016, mas depois tiveram alta surpreendente, fechando o ano com 121% de valorização. Os papéis preferenciais da Vale (VALE5), por sua vez, tiveram alta de 127% em 2016.
Desempenho positivo na América Latina
A valorização do Ibovespa em 2016 correspondeu ao 3º maior retorno entre os índices da América Latina e dos Estados Unidos. O primeiro colocado da região pesquisada foi o índice da Bolsa peruana, o S&P/BVL Peru General, que apresentou valorização acumulada no ano de 58,06%. No segundo lugar vem o índice Merval da Argentina, com alta de 42,26% em 2016, e em terceiro o IBOV brasileiro.
Se as valorizações forem analisadas em dólar, a Bolsa brasileira sai na frente. O retorno de 66,46% na moeda norte-americana supera os índices S&P/BVL Peru General (60,8%), Ipsa do Chile (19,57%) e Merval da Argentina (17,11%).
Em relação ao valor do mercado de capitais analisando seis importantes Bolsas da América Latina (Brasil, Peru, México, Colômbia, Argentina e Chile), o Brasil também saiu ganhando. Em 2016, mercado com maior crescimento de valor de mercado foi o brasileiro.
As 266 empresas da Bovespa somavam, em dezembro de 2015, US$ 455,7 bilhões. Mas no fim de dezembro do ano passado, essas mesmas empresas totalizaram US$ 706,7 bilhões. Isso significou um aumento de US$ 251,0 bilhões, isto é, 55,09% de crescimento.
Dos seis mercados analisados pela Economatica, apenas os mexicanos tiveram queda no valor de mercado em 2016. No final de 2015, o valor de mercado das 120 empresas na Bolsa do México somava US$ 433,5 bilhões. Porém, em dezembro de 2016, o valor baixou para US$ 373,1 bilhões, registrando queda de 13,92%. Parte dessa perda se deve à valorização da moeda norte-americana no México, que impactou diretamente o valor de mercado das empresas mexicanas em dólares.
A pesquisa ainda verificou, nas Bolsas destes seis países, as empresas que apresentaram o maior aumento em valor de mercado do período. Entre as 30 empresas no topo da lista, 21 são brasileiras, três são mexicanas, dias chilenas e uma argentina. Além da vantagem numérica, as sete primeiras colocadas são brasileiras.
Entre todas as empresas verificadas, a Petrobras foi a empresa que apresentou maior crescimento de valor de mercado em 2016. Além da petroleira, a lista é encabeçada por Vale, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Eletrobras.
Se em dezembro de 2015 a estatal do petróleo valia US$ 25,9 bilhões, no fim de 2016 o valor chegou a US$ 63,8 bilhões. Por outro lado, a empresa que teve maior queda foi mexicana. O Wal Mart do México perdeu, de 2015 para 2016, US$ 12,55 bilhões em valor de mercado.
Esses dados permitem entender com mais facilidade porque 2016 foi o ano da Bolsa de Valores no Brasil. E aqueles que souberam aproveitar desse momento, viraram o ano bastante satisfeitos. Agora, os investidores já estão ansiosos para saber quais são os melhores investimentos de 2017.
Excelente artigo!
Nosso país deveria fornecer esse tipo de conteúdo nas escolas! Uma pena não temos tal educação financeira! Parabéns pela iniciativa do artigo!
Obrigado e Forte Abraço!