Seria o caso de jogar no bicho se não fosse contravenção: dois importantes índices de inflação , o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) e o IPC da Fipe registraram na segunda prévia de fevereiro variação de 0,02%. Ambos também desaceleraram em relação ao mês anterior, apesar de suas composições e cálculos bem diferentes.
No caso do IGP-M, no mês anterior, para o mesmo período de coleta, a variação foi de 0,76%. O segundo decêndio do IGP-M compreende o intervalo entre os dias 21 do mês anterior e 10 do mês de referência. E o índice é formado por outros três: o de preços no atacado, com peso de 60%, o de preços ao consumidor, com 30% e o de construção civil, com 10%.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) é o que mais chama a atenção, com queda de 0,15%. No mesmo período do mês anterior, a taxa foi de 0,91%. A desaceleração é importante pois significa menor pressão nos preços ao consumidor nos próximos meses e um menor IPCA, índice usado pelo Banco Central em suas metas de inflação e nas decisões sobre os juros.
A taxa de variação dos Bens Finais passou de 0,56% para -0,73%. A maior contribuição para este movimento teve origem no subgrupo alimentos processados, cuja taxa passou de 0,90% para -1,75%.
A taxa de variação do grupo Bens Intermediários passou de 0,81%, em janeiro, para 1,10%, em fevereiro. O destaque coube ao subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa passou de 0,08% para 1,34%.
O índice referente a Matérias-Primas Brutas registrou variação de -0,80%. No mês anterior, a taxa foi de 1,40%. Os itens que mais contribuíram para este movimento foram: minério de ferro (14,60% para -1,38%), aves (-1,43% para -7,52%) e milho (em grão) (-2,31% para -5,55%).
Na alta, destacam-se: mandioca (aipim) (-0,47% para 11,01%), laranja (-1,40% para 14,88%) e café (em grão) (-5,36% para 2,63%).
IPC-M sobe 0,36%
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou variação de 0,36%, no segundo decêndio de fevereiro, ante 0,57%, no mesmo período do mês anterior. Cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação. A principal contribuição partiu do grupo Alimentação (0,69% para -0,27%). Nesta classe de despesa, cabe mencionar o item carnes bovinas, cuja taxa passou de 1,44% para -2,07%.
Também apresentaram decréscimo em suas taxas de variação os grupos: Transportes (0,92% para 0,51%), Despesas Diversas (0,66% para 0,25%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,56% para 0,47%) e Comunicação (0,33% para 0,27%). Nestas classes de despesa, destacam-se os itens: gasolina (2,72% para -0,61%), cigarros (1,07% para 0,00%), salão de beleza (1,04% para 0,30%) e pacotes de telefonia fixa e internet (0,43% para 0,00%), respectivamente.
Em contrapartida, apresentaram acréscimo em suas taxas de variação os grupos: Habitação (0,09% para 0,31%), Educação, Leitura e Recreação (1,62% para 2,27%) e Vestuário (-0,27% para 0,22%). Nestas classes de despesa, vale mencionar o comportamento dos itens: tarifa de eletricidade residencial (-1,52% para -0,03%), passagem aérea (-7,13% para 9,07%) e roupas (-0,35% para -0,09%), respectivamente.
INCC sobe 0,35% e acelera
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) apresentou, no segundo decêndio de fevereiro, variação de 0,35%. No mês anterior, a taxa foi de 0,24%. O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços registrou variação de 0,58%, acima do resultado de janeiro, de 0,16%. O índice que representa o custo da Mão de Obra registrou taxa de variação de 0,16%. No mês anterior, este índice variou 0,31%.
IPC-Fipe
Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) na cidade de São Paulo, apresentou variação de 0,02% na segunda quadrissemana de fevereiro, ante 0,18% na última apuração. Quatro dos sete grupos pesquisados tiveram redução, entre eles o de alimentação, que sempre pesa mais no orçamento doméstico.
Os preços dos itens alimentícios recuaram, em média, 0,4% sobre uma queda de 0,11%. As demais baixas ocorreram nos grupos: habitação (de -0,01% para -0,09%); transportes (de 0,37% para -0,06%) e vestuário (de -0,77% para -0,65%).
A maior alta foi em educação com 3,76% , mas em ritmo de diminuição de correção. Na primeira prévia do mês, esse grupo havia apresentado alta de 5,56% e, no fechamento de janeiro, de 6,51%.
Em despesas pessoais, houve pequena elevação, de 0,11%, indicando perda na velocidade de correção. Na pesquisa anterior ocorreu alta de 0,25%. No grupo saúde, a taxa voltou a apresentar aumento, ao passar de 0,79% para 1%.
Com informações da Agência Brasil.
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