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Investir na bolsa de valores: um leigo consegue ganhar dinheiro?

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Muito provavelmente você recebeu nos últimos tempos algum e-mail com dizeres do tipo: “invista em ações, o momento é agora”, “2017 é o ano da bolsa, vai ficar de fora?”, ou até mesmo “transforme R$1.500 em R$200 mil em um mês”. Sem falar nos cursos rápidos de análise técnica que prometem lucros analisando apenas gráficos de ações que aparecem o tempo todo na internet. Todas essas frases são reais e retiradas de e-mails de consultorias e empresas de research que realmente existem. E você, como todo ser humano racional, ficou tentado com todas essas promessas de bons retornos. Mas será que você já se perguntou: será que eu consigo ganhar dinheiro na bolsa? A resposta é simples: Sim, desde que você siga algumas diretrizes.

Preços de ações podem variar imensamente em curtos períodos de tempo, e se você tentar correr atrás dessas variações, comprando na baixa e tentando vender na alta, certamente vai perder dinheiro. Afinal, nem os melhores profissionais fazem isso, sem contar que você vai ficar maluco tentando acompanhar os preços. Segundo a moderna teoria das finanças, o preço de uma ação é caracterizado por um processo estatístico chamado passeio aleatório, ou seja, a cada momento do tempo a formação do preço acontece de forma aleatória. Com isso em mente, é possível entender como torna-se muito difícil encontrar o timing correto para comprar ou vender. Portanto, não tente acompanhar as variações do mercado, pois isso além de dificilmente lhe gerar lucros, será facilmente fonte de fortes variações de humor e alguma calvície precoce.

Neste caso, o melhor a se fazer é pesquisar. Por exemplo, se você fosse comprar ações da Vale, teria que entender a dinâmica do mercado global de minério de ferro, os condicionantes do preço do minério de ferro, ter alguma ideia de como vai estar a economia da China daqui alguns anos e quais as vantagens da Vale nesse mercado que a farão crescer. Indagações complexas não? E são apenas algumas das quais o bom investidor precisa fazer…

Mas, e se você não tem tempo ou paciência de estudar a fundo as empresas, entender como funcionam os demonstrativos financeiros e contábeis e, a partir deles, tentar descobrir o valor daquela empresa? Calma! Você não precisa ficar de fora da bolsa só porque não tem tempo para todo esse estudo e reflexão. É possível investir em uma cesta de ações, que é capturada por apenas um ativo (uma espécie de fundo passivo chamado ETF), que é negociado em bolsa. Use seu tempo para trabalhar e ganhar dinheiro e invista em um fundo passivo, que pode ser um ETF, ou em fundo de gestão ativa.

Uma outra alternativa, caso você tenha uma quantia razoável, é procurar um bom fundo de investimentos, os de gestão ativa, onde os gestores do fundo analisam diversos ativos financeiros e aplicam o dinheiro dos clientes nesses ativos, desde que o fundo esteja aberto a captar novos clientes. Mas lembre-se que existem taxas significativas nessa modalidade. Em média, 2% a.a. de administração além de 20% a.a. de performance – está última somente aplicada caso o resultado do fundo seja superior a algum benchmark (no caso de ações, acima do Ibovespa). O Terraço tem um levantamento recente dos melhores fundos de investimentos do Brasil aqui!

Por último, se você quiser investir na bolsa, mire no longo prazo, pois é aí que está o segredo das ações. Se você está investindo em empresas, não faz muito sentido pensar que ela vá dobrar de tamanho em um ano, mas sim pensar em como ela estará em 10 ou 20 anos. Há 25 anos ninguém imaginava que a cervejaria Brahma se tornaria a Ambev, uma empresa gigante que domina um pedaço enorme do mercado global de cervejas.

Investindo na bolsa, portanto, o seu retorno será maior do que todas as outras opções? Não necessariamente. O Brasil também é o país da renda fixa, onde juros estruturalmente altos levam as taxas dos mais variados títulos de renda fixa a serem sempre uma boa opção. O que, então, significa que você deva desistir da bolsa? Também não. Nos últimos 20 anos, a bolsa venceu a renda fixa em 10 anos, ou seja, na metade das vezes. Desde 1996, a bolsa devolveu para o investidor um retorno acumulado de 459%, enquanto o CDI apresentou 401% – uma diferença até pequena para um cenário de 20 anos. É importante notar, entretanto, que para que você tenha aproveitado esse belo retorno, você deveria ter colocado o dinheiro em janeiro de 1996 e só ter resgatado em dezembro de 2016. Faz mais sentido agora aquele papo do longo prazo?


Fonte: BM&F Bovespa, Elaboração Própria

Nesse contexto, com a Bolsa indo um pouco melhor que o CDI, no longo prazo vale a pena combinar o melhor dos dois mundos, com uma carteira equilibrada entre bolsa e renda fixa. Primeiro, pois a renda fixa, como o próprio nome já diz, é fixa. Você vai ter um ganho garantido e pode funcionar como um seguro em anos durante os quis que a bolsa apresentar resultados menos satisfatórios. Analisando o gráfico acima, que tinha bolsa e renda fixa no período entre 2009 e 2016, é possível notar que o recurso fictício teria ficado relativamente protegido dos anos ruins da bolsa. Esse “seguro” ajuda a deixar seus nervos mais tranquilos em anos turbulentos – lembra da calvície?

Como combinar ambos? Mais uma vez, entra a questão do estudo; e quando estudo é necessário, tempo é preciso. Caso você não tenha tempo, existem ferramentas bastante eficientes e baratas que fazem todo o trabalho por você.

Escrito por Victor Candido, editor do Terraço Econômico.

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