IGP-DI desacelera para 0,06% em fevereiro e acumula 5,26% em 12 meses; atacado cai 0,12%

O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) subiu 0,06% em fevereiro, perto do 0,05% esperado pelo mercado e bem abaixo do 0,43% de janeiro e do 0,79% do mesmo mês de 2015. A taxa acumulada em 2017 até fevereiro é de 0,50% e, em 12 meses, o IGP-DI acumula alta de 5,26%. Os dados confirmam a tendência de desaceleração da inflação e abrem espaço para a continuidade da queda dos juros.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA, que representa 60% do IGP-DI) registrou deflação de -0,12% em fevereiro, ante uma alta de 0,34% em janeiro. O número é uma boa notícia, pois indica menor pressão do atacado sobre o varejo nos próximos meses, beneficiando o IPCA, que serve de referência para as metas do Banco Central (BC).

O índice relativo a Bens Finais do IPA apresentou variação de -0,10%. No mês anterior, a  variação foi de -0,61%. O principal responsável por este movimento foi o subgrupo alimentos in natura, cuja taxa passou de -7,35% para 2,16%. O índice de Bens Finais (ex), que resulta da exclusão de alimentos in natura e combustíveis, registrou variação de -0,16%, ante -0,08%, no mês anterior.

O índice do grupo Bens Intermediários apresentou alta de 0,21%, ante 1,47%, no mês anterior. O principal responsável por este recuo foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa de variação passou de 6,76% para -2,38%. O índice de Bens Intermediários (ex), calculado após a exclusão de combustíveis e lubrificantes, apresentou alta de 0,62%, menos que o 0,67% do mês anterior.

Nas Matérias-Primas Brutas, variação passou de alta de 0,24% em janeiro para queda de -0,51%, em fevereiro. Os destaques de baixa foram: minério de ferro (7,27% para 1,56%), mandioca (aipim) (6,74%para -0,03%) e bovinos (-1,39% para -2,67%). Na alta, os destaques foram leite in natura (-0,22% para 5,50%), aves (-6,78% para -2,73%) e suínos (-1,52% para 7,57%).

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC, com peso de 30% no IGP-DI) registrou variação de 0,31%, em fevereiro, ante 0,69%, no mês anterior. Cinco das oito classes de despesa componentes do índice apresentaram desaceleração. A maior contribuição para o recuo da inflação do IPC partiu do grupo Educação, Leitura e Recreação (4,15% para 0,68%).

Nesta classe de despesa, vale mencionar o comportamento do item cursos formais, cuja taxa passou de 9,80% para zero, ou estabilidade.

Também apresentaram decréscimo em suas variações os grupos: Alimentação (0,39% para -0,16%), Transportes (0,82% para 0,61%), Comunicação (0,47% para 0,09%) e Despesas Diversas (0,39% para 0,31%). Nestas classes de despesa, vale citar o comportamento dos itens: carnes bovinas (0,28% para -2,00%), tarifa de ônibus urbano (2,69% para 0,84%), tarifa de telefone móvel (1,18% para 0,16%) e cartório (4,85% para 0,85%), respectivamente.

Em contrapartida, os grupos: Habitação (0,29% para 0,51%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,35% para 0,51%) e Vestuário (-0,27% para -0,18%) puxaram a inflação para cima. Os destaques foram tarifa de eletricidade residencial (-0,54% para 0,34%), artigos de higiene e cuidado pessoal (-0,53% para 0,12%) e roupas (-0,64% para -0,26%), respectivamente.

O núcleo do IPC, que exclui 43 dos 85 itens do índice oficial, subiu 0,27% em fevereiro, ante 0,32% no mês anterior. Destes, 24 apresentaram taxas abaixo de -0,12%, linha de corte inferior, e 19 registraram variações acima de 0,63%, linha de corte superior.

Em fevereiro, o índice de difusão, que mede a proporção de itens com taxa de variação positiva, foi de 58,58%, 0,30 ponto percentual abaixo do registrado no mês de janeiro, quando o índice foi de 58,88%.