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Opinião: Melhora do Brasil ainda não é refletida nos números

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Há três fatores que ditam o ritmo de retomada da economia brasileira: fatores políticos, econômicos e as investigações sobre corrupção, como a Operação Lava jato. Embora os dois primeiros fatores tenham melhorado substancialmente do governo Dilma para o governo Temer – não quero dizer que está bom, mas que melhoraram, repito -, ainda não há reflexo nos números e nas métricas de performance do país em sua plenitude. Vejamos em detalhes.

Fatores políticos. Não será fácil desmontar o presidencialismo de coalização e permitir ao Brasil uma nova dinâmica entre os Poderes Executivo e Legislativo. O orçamento público, os recursos das empresas estatais e de economia mista ainda são um risco a ser monitorado pela moeda de troca que representam no Congresso. Por outro lado, dadas as regras do jogo, reorganizar os grupos de poder e garantir governabilidade para que o país avance em reformas é um ganho gradativo do governo Temer que não pode ser desprezado.

Divido o governo Temer em quatro eixos. Primeiro: o presidente Michel Temer em si. Segundo: equipe econômica, composta pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles e o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. Terceiro: apoio à equipe econômica, com o ministro das Relações Exteriores, José Serra e o secretário executivo de Programas de Parcerias de Investimento, Moreira Franco. Quarto: ministérios para governabilidade, nos quais se concentram os demais ministérios.

Dada a nova dinâmica política pós-impeachment e a evolução das operações da Polícia Federal (delações, Lava Jato etc.), os ministros que ocupam as cadeiras dos ministérios para governabilidade são constantemente questionados. Até o momento, quatro ministros caíram e há chances de outros se perderem até o fim do mandato. Lembro que a nomeação desses ministros pelo presidente são preponderantemente pela governabilidade. A maioria não foi chamada pelo seu notório saber na pasta em que ocupa. Esse é o preço que o presidente Temer paga para garantir apoio do legislativo para aprovar, dentro do possível, reformas estruturais que o Executivo propõe, e que o país tanto precisa.

Fatores econômicos. Os avanços econômicos conquistados pelo governo Temer são gigantes, como: nova equipe econômica, que gera confiança e alinhada com a presidência; busca pela retomada do tripé macroeconômico; reposicionamento do Brasil na América Latina, longe de Venezuela, Bolívia, Equador e Cuba – embora não seja em si uma mudança econômica, deve estimular vinda de capital estrangeiro ao país; fim do Estado como motor da economia; questões econômicas tratadas com transparência; investimento como pauta principal para retomada da economia; agenda simultânea (e inédita) de reformas: trabalhista, previdenciária, fiscal e tributária.

Lava jato. O conjunto de operações da Polícia Federal, como a Operação Lava jato, traz ao país ganhos inéditos como combate à corrupção e diminuição da impunidade. Não me interpretem mal, pois sou a favor da Lava jato e outras operações do gênero, mas constato que ela dificulta a estabilização da governabilidade, pois exclui – com razão – atores do Executivo e Legislativo que fazem parte da nova engrenagem montada para dar dinâmica de aprovações aos projetos de cunho econômico. Claro que isso é um bem necessário, mas retardará, em última análise, o crescimento econômico do Brasil.

Posto isso, concluo: o Brasil caminha para o crescimento econômico, geração de empregos, inflação controlada, superávit nos âmbitos internos e externos no médio prazo e dinâmica do PIB impulsionada pelos investimentos. Há barreiras enormes a serem superadas, mas o momento exige serenidade para observar que os ganhos políticos, econômicos e de combate à corrupção ainda não são refletidos nos dados econômicos e no bem-estar da população. Quanto mais profundos esses ajustes forem ao Brasil, mais fortes nos reergueremos.

Escrito por José Cláudio Securato é Presidente da Saint Paul Escola de Negócios e Presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de São Paulo – IBEF SP. Doutor pela FE

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