Com a expectativa de que o julgamento da fusão entre a Kroton e a Estácio possa ocorrer em junho, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) endureceu as negociações relativas à operação que criará uma líder isolada no setor de educação. Segundo fontes, o órgão antitruste aumentou o rol de ativos que terão que ser vendidos – a nova companhia terá de se desfazer de 1 em cada 10 alunos.
Além disso, o tribunal pretende impor metas de qualidade para os cursos do novo grupo. As reuniões no Cade se intensificaram na última semana, mas um acordo entre as empresas e o conselho ainda estaria distante. A oferta inicial da Kroton consistia em vender 100% do ensino à distância da Estácio para um concorrente, em um pacote que também incluiria ativos de ensino presencial em cinco cidades, incluindo duas capitais.
Em outros locais, a empresa adotaria “remédios” para garantir a concorrência, como a limitação de matrículas em certos cursos. As exigências do Cade, porém, foram bem maiores. A venda de 10% do ensino presencial faria o novo grupo perder cerca de 150 mil alunos. Hoje, Kroton e Estácio estão presentes em 180 municípios, sendo que 17 deles têm a presença de ambas. O Cade apontou a existência de problemas concorrenciais em pelo menos oito cidades.
Sabatina
O prazo final para o julgamento da fusão entre a Kroton e a Estácio é 27 de junho. Com a crise política e a discussão da reforma trabalhista monopolizando a atenção da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), a sabatina dos indicados a presidente do Cade, Alexandre Barreto, e a conselheiro, Maurício Maia, não deverá ocorrer nesta semana. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.