Segundo a assessoria econômica da Federação, depois do uso dos recursos adicionais do décimo terceiro para a quitação de dívidas, era natural que o número de famílias endividadas voltasse a subir. Atualmente, esse número está em patamares próximos ao observado em novembro passado (52,7%).
Entre mais pobres, endividamento chega a 57,9%
Na segmentação por renda, o endividamento é maior nas famílias que ganham até dez salários mínimos, proporcionalmente às famílias de renda mais alta. Para o primeiro grupo, o porcentual de endividados em abril foi de 57,9%, alta de 3,3 p.p. em relação ao mês anterior, a maior proporção desde setembro de 2015. Para as famílias com renda superior a dez salários mínimos, o porcentual de endividados foi de 38,5% em abril, alta de 0,9 p.p. em relação a março (37,6%).
Mais de 20% comprometem 50% da renda com dívidas
Inadimplência sobe
Metade deve há mais de 90 dias
Entre as famílias com contas em atraso, 46,7% delas têm contas vencidas há mais de 90 dias; 26,5% têm contas atrasadas entre 30 e 90 dias; enquanto que 24,1% do total de famílias estão com dívidas atrasadas por até 30 dias.
Atraso maior na baixa renda
A ocorrência de contas em atraso é maior entre as famílias com menor renda, proporcionalmente às famílias de renda mais elevada. Segundo a Entidade, essa faixa da população, em que qualquer imprevisto pode desequilibrar suas finanças, o crédito representa um importante meio de inclusão nos padrões de consumo e é a única forma de acesso a esses padrões.
Entre as famílias que recebem até dez salários mínimos, a proporção de contas em atraso subiu 1,1 p.p. em abril, ao passar de 23,4% em março para 24,4% no mês. Já no caso das famílias com renda superior a esse montante, o porcentual voltou a subir, passando de 4,6% para 5,8% nesse mesmo período.
Cartão lidera com 71,5% dos endividados
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) é apurada mensalmente pela FecomercioSP desde fevereiro de 2004. A partir de 2010, a Confederação Nacional do Comércio (CNC) comprou a pesquisa da FecomercioSP, que passou a analisar os dados nacionalmente. A Federação continua divulgando os dados de São Paulo, alinhados com a data de divulgação da PEIC nacional pela CNC. Na capital, são entrevistados aproximadamente 2,2 mil consumidores.