Estrangeiros trouxeram mais R$ 1,6 bi para a Bovespa após início da crise

O saldo de investimentos estrangeiros em ações na B3 cresceu R$ 1,568 bilhão desde o início da crise política envolvendo o presidente Michel Temer. O movimento reforça os dados dos fundos internacionais dedicados ao Brasil, que registram a maior captação desde 2012. O saldo era de R$ 759 milhões no dia 17, antes da divulgação das denúncias contra o presidente. No dia 24, já era de R$ 2,327 bilhões.

O movimento indica tanto cobertura de posições vendidas em ações quanto a busca por pechinchas no mercado. Gestores brasileiros também aproveitaram as quedas indiscriminadas, algumas de mais de 20%, em algumas ações de empresas mais sólidas para comprar. A presença dos estrangeiros influencia também o giro de negócios da Bovespa, que cresceu 24%, para R$ 10,048 bilhões por dia em maio, ante R$ 8,113 bilhões em abril. No ano, a média é de R$ 8,4 bilhões. Se mantido até o fim deste ano, esse volume diário será o maior da história da Bovespa.

Com as compras desta semana, o saldo de estrangeiros no mês está em R$ 5,839 bilhões. Já a participação dos estrangeiros está em 51% do volume financeiro em maio. Ou seja, de cada R$ 100 em ações negociadas na bolsa, R$ 51 eram de estrangeiros. Os institucionais responderam por 26,9% do volume e as pessoas físicas, com 15,6%. A fatia das pessoas físicas caiu em relação à média do ano, de 17%, enquanto a dos institucionais e estrangeiros está próxima da média anual, de 26% e 51%.