O Itaú Unibanco (BOV:ITUB4), maior banco privado do país, divulgou hoje seu resultado do primeiro trimestre com um lucro líquido recorrente (descontados eventos especiais) de R$ 6,2 bilhões, 19,6% acima do obtido no mesmo período do ano passado. O valor equivale a um retorno anualizado de 22% sobre o patrimônio líquido médio, acima dos 19,6% do mesmo período do ano passado e que os 20,7% do quarto trimestre. Um desempenho muito bom considerando-se que o primeiro trimestre costuma ser pior para os bancos pelo aumento da inadimplência pelas despesas extras das pessoas com impostos e educação.

Segundo o banco, o índice de inadimplência com mais de 90 dias de atraso ficou estável em relação a dezembro, em 3,4%, e caiu em relação aos 3,5% de março de 2016. A inadimplência de pessoas físicas caiu pelo quarto trimestre consecutivo, passando de 5,6% em dezembro para 5,3%, indicando melhora no curto prazo das condições de pagamento dos clientes.

A carteira de crédito do Itaú fechou março em R$ 587 bilhões, em queda de 7,9% em relação a março de 2016, com o crédito consignado representando 46% do total destinado a pessoas físicas, comparado a 21% no fim de 2012. Foi um reflexo da política do Itaú de reduzir o risco da carteira com operações em que os atrasos são menores.

Os ativos totais do banco alcançaram R$ 1,4 trilhão, que somados aos ativos administrados de terceiros atingem R$ 2,2 trilhões.

O banco tem ainda um índice de Basileia, que corresponde ao patrimônio em relação aos ativos ponderados pelo risco, de 18,1%, bem acima dos 11% exigidos pelo Banco Central, o que mostra que ainda pode ampliar mais seus empréstimos sem necessidade de mais capital.

Junto com o comunicado do balanço, Roberto Setubal, que foi presidente executivo do Itaú por 23 anos, anuncia sua substituição por Cândido Bracher e sua ida para a co-presidência do Conselho de Administração do banco, ao lado de Pedro Moreira Salles.

Setubal destaca o aumento da digitalização dos serviços, que já respondem por 73% das operações feias pelo Itaú. Isso permitiu ao banco reduzir o total de agências de 5.215 em março de 2016 para 5.005 este ano, e o total de funcionários de 97.043 para 94.955.