O setor industrial do Brasil permaneceu em expansão em abril, com crescimentos nos volumes de novos pedidos e de produção pelo segundo mês consecutivo, o que fez o Índice Gerente de Compras™ da consultoria Markit Brasil (PMI™) superar os 50 pela primeira vez desde janeiro de 2015. O PMI fechou abril em 50,1, ante 49,6 em março. Números acima de 50 indicam crescimento da atividade. O PMI é um dos chamados indicadores antecedentes, que antecipam a tendência da economia.
Segundo a Markit, a necessidade de produção mais elevada incentivou as empresas a adquirir insumos adicionais, mas não conseguiu estimular a criação de empregos. Ao mesmo tempo, as empresas continuaram a reduzir seus estoques.
Com relação aos preços, as taxas de inflação se atenuaram tanto para o custo dos insumos quanto para os preços cobrados.
Expansão dos pedidos
O volume de novos pedidos se expandiu pelo segundo mês consecutivo em abril, fato que os entrevistados da pesquisa atribuíram à melhoria nas condições de demanda. Porém, o ritmo de aumento permaneceu modesto no geral e quase inalterado em relação a março. Tanto o setor de bens de consumo quanto o de bens intermediários observaram crescimento, enquanto que as empresas de bens de capital sofreram uma contração adicional.
Os dados de abril sugeriram que a recuperação das encomendas foi impulsionada pelo mercado interno, à medida que os novos pedidos para exportação diminuíram, revertendo o aumento observado em março.
Produção cresce
O volume de produção industrial cresceu como reflexo de quantidades mais elevadas de novos pedidos, diz a Markit. O aumento mais recente foi o segundo em dois meses, mas o ritmo de expansão atenuou-se em relação ao observado em março.
Além disso, a recuperação ficou centrada na categoria de bens de consumo.
Os dados de abril destacaram o primeiro aumento nas quantidades de compras desde janeiro de 2015, com os entrevistados da pesquisa relatando necessidades mais elevadas de produção. De um modo geral, a taxa de expansão foi marginal.
Pressão nos custos
Segundo os entrevistados, o real fraco em relação ao dólar causou um aumento adicional nos custos de insumos. Porém, o aumento de abril foi o mais lento em seis meses, com algumas empresas indicando negociações de preços bem sucedidas com os fornecedores. Da mesma forma, a taxa de inflação de preços cobrados atenuou-se e atingiu um recorde de baixa de cinco meses.
Redução do emprego foi menor
A quantidade de empregos no setor industrial diminuiu ainda mais em abril, estendendo o período atual de cortes de posições para 26 meses. Contudo, a taxa de redução se atenuou atingindo seu ponto mais lento nesta sequência.
Estoques diminuem
Os produtores continuaram a reduzir seus estoques, embora as taxas de redução tenham se atenuado. Os estoques de pré-produção diminuíram pelo ritmo mais lento desde setembro de 2015, ao mesmo tempo em que o declínio nas reservas de produtos acabados foi o menos acentuado em 15 meses.
Perspectivas mais positivas
Os empresários permaneceram otimistas em relação às perspectivas para a produção nos próximos 12 meses, antecipando um crescimento sustentado pela obtenção de novos clientes, pelo lançamento de novas linhas de produtos, por atualizações de maquinário e por uma recuperação econômica.
Segundo Pollyanna De Lima, economista da IHS Markit e autora do relatório o setor industrial do Brasil manteve-se em terreno positivo em abril, com os valores do PMI mostrando um crescimento contínuo nos volumes de entrada de novos negócios e de produção. Esses avanços incentivaram algumas empresas a iniciarem atividades de compras adicionais, que revelaram o primeiro crescimento mensal desde janeiro de 2015.
Mesmo assim, os fabricantes parecem estar longe de operar em plena capacidade, já que a quantidade de negócios pendentes diminuiu acentuadamente, apesar de outra rodada de cortes de empregos. Ainda existem indícios de problemas de fluxo de caixa entre as empresas, com algumas delas se mostrando relutantes em acumular estoques.
O poder limitado de repasse de custos significou que a grande maioria dos produtores de mercadorias teve que manter inalterados os preços cobrados ao longo do mês, contra um cenário de fortes pressões inflacionárias de custo. Por isso, as empresas provavelmente vão controlar o avanço dos preços, o que poderia potencialmente causar mais danos ao mercado de trabalho.
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