Estrangeiros tiraram R$ 768 milhões da Bovespa em junho; PF reduz participação

Os investidores estrangeiros tiraram R$ 767,9 milhões do mercado brasileiro de ações em junho, conforme dados da B3. A saída reduz o saldo no ano dos investimentos estrangeiros na bolsa para R$ 4,982 bilhões, e reverte a entrada de R$ 2,148 bilhões de maio. O saldo negativo mostra que os estrangeiros não estão gostando muito do desenrolar da crise política, que ameaça tirar do cargo o presidente Michel Temer ou reduzir sua capacidade de aprovar a reforma da Previdência, essencial para garantir o ajuste das contas públicas.

Com mais da metade dos negócios da bolsa, os estrangeiros são fundamentais para definir a tendência dos preços das ações. Em junho, eles responderam por 50,1% do volume negociado na Bovespa. Ou seja, de cada R$ 100 comprados ou vendidos em ações no mercado, R$ 50,10 eram de estrangeiros. No ano, eles respondem por 50,9%. Já as pessoas físicas diminuíram sua fatia no mercado, de 15,9% em maio para 14,8% em junho, reflexo da incerteza com o cenário político. No ano, na média, as pessoas físicas têm 16,6% do volume negociado de ações, perto da média do ano passado, de 17%.

Já os investidores institucionais, como seguradoras e fundos de pensão, aumentaram sua fatia no volume da bolsa de 26,7% em maio para 28,2% em junho. No ano, eles têm 26,2% do volume.

Volume cai 26,7%

O menor apetite dos estrangeiros pelo mercado brasileiro de ações fez também o volume negociado na Bovespa recuar, de R$ 9,565 bilhões por dia em maio para R$ 7,020 bilhões em junho, uma queda de 26,7%. No ano, o volume médio diário está agora em R$ 8,130 bilhões, 9,6% acima do registrado no ano passado.