Mercados Globais
Janet Yellen encerrou a segunda parte de seu depoimento ao Congresso dos EUA distribuindo a certeza de que a política monetária não será a fonte de incertezas no médio prazo. Ao contrário, a presidente do FED insistiu no seu discurso de gradualismo e previsibilidade. O BC dos EUA vai retirar os estímulos da economia – juros muito baixos e muita liquidez – de forma lenta e gradual. Com isso os mercados vão renovando os seus recordes mundo afora.
O petróleo, que ameaçou cair no pregão de ontem, retomou a trajetória de alta e encostou nos US$ 47. O barril WTI é negociado nos US$ 46,60, com relatórios de várias casa de análise compensando o bombástico relatório da Goldman do início da semana, que previa o barril abaixo dos US$ 40. E o petróleo serve de termômetro para o clima de negócios no mundo, indicando que o otimismo segue vitorioso. Veja o gráfico do WTI:
Veja que no dia 22 de junho ele foi para o fundo do poço, batendo US$ 42, em uma trajetória de queda que começou nos US$ 47,50 em 05 de maio. É possível que a volatilidade continue a fazer com que os preços flutuem nesse intervalo, abaixo de US$ 48 e acima de US$ 42, posto que os fundamentos da oferta e da demanda, apontam para um crescimento global sustentado de um lado e, de outro, para uma forte expansão da oferta dos EUA, baseada no xisto.
Os mercados de moedas continuam mostrando o dólar em desvalorização e os juros mantêm os títulos soberanos e corporativos em valorização. O calendário de hoje tem como destaque os resultados de bancos, com o JP Morgan divulgando um lucro de US$ 7,05 bilhões no segundo trimestre, contra US$ US$ 6,2 bilhões no segundo semestre do ano passado. As expectativas eram de US$ 1,58-1,83/ação e o resultado foi de US$ 1,82/ação Hoje ainda o Citi divulga seu resultado. A expectativa é de um lucro de US$ 1,21/ação.
Brasil
O semestre deve marcar um longo ciclo de alta para as Bovespa. A vitória do governo Temer na CCJ, a condenação em primeira instância de Lula e a aprovação da reforma trabalhista indicam um cenário extremamente positivo para a política econômica. Com ele, as taxas de juros devem cair e a percepção de risco pode beirar os mínimos históricos. A taxa Selic próxima dos 8% (entre 7,5% e 8,25%) é muito palpável e o dólar entre US$ 2,80 e US$ 3,00 é previsível. Em um cenário desses, a Bovespa bater os 90 mil pontos é muito razoável. Voltamos ao nosso cenário, anterior à denúncia de Joesley Batista, no qual as ações tinham um potencial de valorização enorme. As demanda por ativos reais tende a subir fortemente quando os juros nominais caem abaixo de 10% e é isso que deve acontecer. Veja o gráfico dos juros para 2021:
A mínima foi de 8,99%, no final de 2012 e ela deve ser repetida nas próximas semanas. Com a manutenção de um cenário de juros contidos no exterior, o fluxo financeiro para o Brasil deve ser ampliado, aumentando o potencial de valorização dos ativos nacionais.