Em julho, mesmo com o grupo Alimentação e Bebidas, que responde por 25% das despesas das famílias, apresentando queda pelo terceiro mês consecutivo (-0,47%), os grupos Habitação (1,64%) e Transportes (0,34%) pressionaram o resultado do mês.
Com o maior impacto individual, 0,20 ponto percentual, a energia elétrica (6,00%), do grupo Habitação (1,64%), foi o item que mais contribuiu para o resultado de julho. Isso ocorreu devido à entrada em vigor da bandeira tarifária amarela, a partir de 01 de julho, representando uma cobrança adicional de R$ 2,00 a cada 100 Kwh consumidos. Acrescente-se, ainda, além do aumento na parcela do PIS/COFINS ocorrido na maioria das regiões pesquisadas, o reajuste de 7,09% em Curitiba, a partir de 24 de junho e de 5,15% em uma das concessionárias de São Paulo, em vigor desde 04 de julho. A tabela a seguir apresenta as variações da energia elétrica por região pesquisada.
Ainda no grupo Habitação, a taxa de água e esgoto (1,21%) teve seu resultado influenciado pelas regiões metropolitanas de Fortaleza (11,27%) e de Porto Alegre (1,90%) onde ocorreram reajustes de 12,90% em 26 de junho e de 4,50% em 01 de julho, respectivamente, além de Goiânia (5,89%), cujo reajuste de 6,29% está em vigor desde o dia primeiro de julho.
No grupo Transportes (0,34%) o destaque são os combustíveis, com variação de 0,92%. O litro do etanol ficou, em média, 0,73% mais caro. Já a gasolina apresentou variação de 1,06%. Isso pois, durante o mês de julho, foram anunciados diversos reajustes (aumentos e reduções) nos preços da gasolina na refinaria e, em 20 de julho, o aumento na alíquota do PIS/COFINS. Em 25 de julho, esse aumento foi suspenso por liminar, derrubada em 26 de julho. Nova liminar, em 03 de agosto, derrubada no dia seguinte, suspendia o efeito do decreto que reajustou as alíquotas do PIS/COFINS dos combustíveis.
Cabe mencionar, ainda nos Transportes (0,34%), as tarifas dos ônibus interestaduais, que passaram a custar 2,15% a mais em razão do reajuste médio de 1,45% no valor das passagens a partir do dia primeiro de julho. As variações ficaram entre o -1,27% da região metropolitana de Salvador e os 6,56% da região metropolitana de Recife.
No lado das quedas o destaque ficou com o grupo Alimentação e Bebidas (-0,47%) e -0,12p.p. de impacto puxada pelos alimentos para consumo em casa, mais baratos em 0,81%, indo de -1,80% em Goiânia até 0,06% em Brasília. Já a alimentação fora subiu 0,15%, no intervalo de -0,32% registrados na região metropolitana do Rio de Janeiro, até 1,71% em Goiânia.
Apesar de a maioria dos alimentos passarem a custar menos de junho para julho, a exemplo da batata-inglesa (-22,73%), do leite longa vida (-3,22%), das frutas (-2,35%) e das carnes (-1,06%), o tomate (16,90%) e a cebola (11,70%) apresentaram variações positivas frente às quedas registradas em junho.
Para cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados no período de 29 de junho a 31 de julho (referência) com os preços vigentes no período de 01 de junho a 28 de junho de 2017 (base).
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Variação em Julho de 2017 dos principais grupos de produtos e serviços que compõem a pesquisa de preços do IPCA.
Confira abaixo a variação mensal, a variação acumulada anual e a variação acumulada nos últimos doze meses dos preços médios dos principais grupos de produtos e serviços aferidos pela pesquisa do IBGE para o cálculo do IPCA de Julho de 2017.
Mês (%) | Ano (%) | 12 Meses (%) | |
Alimentação e Bebidas | -0,42 | 0,63 | 2,20 |
Artigos de Residência | -0,47 | -0,50 | -0,66 |
Comunicação | -0,23 | -1,01 | -1,47 |
Despesas Pessoais | -0,02 | 1,38 | 1,90 |
Educação | 0,36 | 2,31 | 4,94 |
Habitação | -0,02 | 6,54 | 7,94 |
Saúde e Cuidados Pessoais | 1,64 | 3,50 | 4,60 |
Transportes | 0,37 | 4,43 | 7,19 |
Vestuário | 0,34 | -0,51 | 1,80 |
Total | 0,24 | 1,43 | 2,71 |