O preço médio de venda de imóveis residenciais no País recuou 14% em julho, descontada a inflação, se comparado ao nível de janeiro de 2015. É o que aponta a última divulgação do índice FipeZap, que acompanha o preço do metro quadrado em 20 cidades brasileiras. A pesquisa é feita pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) a partir dos anúncios de venda no site Zap Imóveis.
Bruno Oliva, economista da Fipe, explica que a forte recessão econômica reforçou o movimento natural de arrefecimento dos preços de imóveis após o expressivo aumento observado entre 2011 e meados de 2014. Em sua avaliação, essa tendência não deve se alterar tão cedo. “É difícil imaginar uma reversão da queda dos preços em 2018”, afirma. Entre os fatores negativos a influenciar a demanda por imóveis, Oliva destaca as incertezas geradas pelo cenário político, que têm afetado fortemente o ambiente econômico, e o mercado de trabalho ainda fraco, que leva as famílias a postergar a decisão de adquirir um imóvel.
Entretanto, a queda dos preços de imóveis em termos reais tem mostrado desaceleração. Em dezembro de 2015, os preços registravam baixa de 8,9% na comparação anual. Em dezembro de 2016, o recuo passou para 5,8% e, agora, está em 3,0%.
Um dos fatores que têm propiciado o comportamento relativamente mais positivo da procura por imóveis é a redução da taxa básica de juros. “Com a Selic mais baixa, o momento está mais favorável para a alocação de portfólio de investimentos em imóveis, tanto para quem vai investir nesses bens para usos de terceiros, quanto para quem pretende trocar o imóvel alugado por um próprio”. Por outro lado, Mariana ressalta que o desemprego elevado e a confiança em patamar reduzido ainda não permitem desenhar um cenário positivo para a procura por imóveis.
Fonte: Estadão