Confirmadas as novas metas fiscais anunciadas pela equipe econômica, o Brasil vai somar déficits que acabarão anulando todo o esforço fiscal acumulado desde o início da adoção das metas de superávit primário, em 1999 pelo governo Fernando Henrique Cardoso. O novo cenário do governo indica que as contas públicas seguirão no vermelho até, pelo menos, o início da próxima década.
De 1999 a 2013, o Brasil acumulou sequência de 15 anos consecutivos de superávit primário. Nesse período, o País somou R$ 801,6 bilhões, segundo dados do Banco Central. Nessa década e meia de contas no azul, o governo central – conjunto do governo federal, Previdência Social e Banco Central – fechou todos os anos no azul mesmo com o crescente rombo do sistema previdenciário.
No ano da reeleição da presidente Dilma Rousseff, porém, o sinal das cifras foi invertido e entre 2014 e 2016 o Brasil acumulou três anos de contas no vermelho com déficit acumulado de R$ 296,6 bilhões. Com a previsão anunciada na terça-feira, o saldo negativo que começou há quatro anos terá alcançado R$ 818,6 bilhões em 2020.
O rombo previsto para acontecer até o início da próxima década, portanto, vai anular completamente o esforço fiscal acumulado em 15 anos de metas de superávit primário.
Fonte: Estadão