Na série sem ajuste sazonal, no confronto com igual mês do ano anterior, a produção industrial brasileira apresentou expansão de 2,5% em julho de 2017, após também registrar taxas positivas em maio (4,1%) e em junho (0,5%).
Neste tipo de comparação o setor industrial apresentou resultados positivos em todas as quatro grandes categorias econômicas, 17 dos 26 ramos, 50 dos 79 grupos e 54,0% dos 805 produtos pesquisados.
Principais Setores da Indústria Brasileira
Entre as atividades, produtos alimentícios (6,7%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (11,8%) exerceram as maiores influências positivas na formação da média da indústria, impulsionadas, em grande parte, pelos itens açúcar cristal e VHP, sucos concentrados de laranja, sorvetes e picolés, na primeira; e automóveis, caminhão-trator, caminhões, veículos para transporte de mercadorias e autopeças, na segunda.
Outras contribuições positivas relevantes sobre o total nacional vieram de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (23,8%), de máquinas e equipamentos (7,8%), de produtos do fumo (29,1%), de indústrias extrativas (1,2%) e de móveis (12,6%).
Principais Produtos da Indústria Brasileira
Em termos de produtos, os impactos positivos mais importantes nesses ramos foram, respectivamente, televisores, telefones celulares, aparelhos de comutação para telefonia, antenas, placas de circuito impresso montadas para informática, transmissores ou receptores de telefonia celular, máquinas automáticas digitais para processamento de dados, impressoras, indicadores de velocidade, computadores pessoais de mesa (PC Desktops) e rádios para veículos automotores; máquinas para colheita e suas partes e peças, máquinas para o setor de celulose, carregadoras- transportadoras, bulldozers e angledozers, tratores agrícolas e escavadeiras; fumo processado industrialmente; minérios de ferro; e assentos e cadeiras de metal (inclusive cadeiras de praia), estantes de madeira de uso residencial, colchões, móveis diversos de madeira para escritório, armários de madeira e de metal para uso residencial, móveis diversos de metal e de madeira para instalações comerciais (gôndolas e semelhantes) e poltronas e sofás de madeira. Por outro lado, ainda na comparação com julho de 2016, entre as nove atividades que apontaram redução na produção, as principais influências no total da indústria foram registradas por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,6%), metalurgia (-3,8%), outros equipamentos de transporte (-14,1%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-7,0%) e produtos de minerais não-metálicos (-3,5%), pressionadas, em grande parte, pelos itens óleo diesel e óleos combustíveis, na primeira; bobinas a frio de aços ao carbono não revestidos, vergalhões de aços ao carbono, ouro em formas brutas e barras, perfis e vergalhões de cobre e de ligas de cobre, na segunda; aviões, partes e peças para veículos ferroviários, motocicletas e suas peças e acessórios e rebocadores e outros barcos para empurrar embarcações, na terceira; grupos eletrogêneos, fios, cabos e condutores elétricos com capa isolante, geradores de corrente alternada e suas partes e peças, refrigeradores ou congeladores (freezers) para uso doméstico, motores elétricos de corrente alternada ou contínua, ventiladores para uso doméstico, lustres e luminárias, transformadores e quadros, painéis, cabines e outros suportes equipados com aparelhos elétricos de interrupção e proteção, na quarta; e massa de concreto preparada para construção, elementos pré-fabricados para construção civil, artigos de fibrocimento, ladrilhos, placas e azulejos de cerâmica, granito talhado e serrado (inclusive em chapas), abrasivos naturais ou artificiais e cimentos “Portland”, na última.
Grandes Categorias Econômicas
Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, bens de capital (8,7%) e bens de consumo duráveis (8,1%) assinalaram, em julho de 2017, os avanços mais acentuados entre as grandes categorias econômicas. Os segmentos de bens de consumo semi e não-duráveis (4,2%) e de bens intermediários (0,6%) também mostraram taxas positivas no índice mensal desse mês, com o primeiro registrando expansão acima da magnitude observada na média nacional (2,5%); e o segundo apontando o crescimento mais moderado entre as grandes categorias econômicas.
O setor produtor de bens de capital mostrou crescimento de 8,7% no índice mensal de julho de 2017, terceiro resultado positivo consecutivo nesse tipo de comparação e o mais elevado desde dezembro do ano passado (16,6%). Na formação do índice desse mês, o segmento foi influenciado pelos avanços observados na maior parte dos seus grupamentos, com destaque para a expansão vinda de bens de capital para equipamentos de transporte (11,1%), impulsionado, principalmente, pela maior fabricação de caminhão-trator, caminhões e veículos para transporte de mercadorias. As demais taxas positivas foram registradas por bens de capital para uso misto (20,7%), para construção (35,2%), agrícola (13,0%) e para fins industriais (0,6%). Por outro lado, o único impacto negativo foi assinalado pelo grupamento de bens de capital para energia elétrica (-7,5%).
O segmento de bens de consumo duráveis mostrou avanço de 8,1% em julho de 2017, nona taxa positiva consecutiva e mais elevada do que a observada em junho último (5,2%). Nesse mês, o setor foi particularmente impulsionado pelo crescimento na fabricação de automóveis (9,0%) e de eletrodomésticos da “linha marrom” (19,7%). Vale citar também as expansões assinaladas pelos grupamentos de eletrodomésticos da “linha branca” (6,1%) e de móveis (11,4%). Por outro lado, motocicletas (-6,3%) e outros eletrodomésticos (-3,4%) apontaram os impactos negativos mais importantes.
Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, o segmento de bens de consumo semi e não-duráveis apontou crescimento de 4,2% em julho de 2017, após registrar queda de 1,7% em junho último. O desempenho nesse mês foi explicado, em grande parte, pela expansão observada no grupamento de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (5,4%), impulsionado, principalmente, pela maior produção de sucos concentrados de laranja, sorvetes, picolés, bombons e chocolates em barras, cervejas, chope, carnes de bovinos congeladas, leite condensado e carnes e miudezas de aves congeladas. Os subsetores de semiduráveis (6,0%), de carburantes (2,7%) e de não-duráveis (1,5%) também assinalaram resultados positivos nesse mês, influenciados, em grande medida, pelos itens telefones celulares, calçados de couro e de material sintético feminino, vestidos de malha, calças compridas de uso feminino, tênis, conjuntos de malha de uso feminino e roupas de cama (colchas, cobertores, lençóis, etc.), no primeiro; gasolina automotiva, no segundo; e medicamentos, livros, brochuras ou impressos sob encomenda e amaciantes de tecidos, no terceiro.
A produção de bens intermediários, ao crescer 0,6% no índice mensal de julho de 2017, apontou a terceira taxa positiva consecutiva, mas menos acentuada do que as verificadas em maio (3,0%) e junho (0,9%). O resultado desse mês foi explicado, principalmente, pelos avanços nos produtos associados às atividades de produtos alimentícios (6,4%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (6,8%), de máquinas e equipamentos (8,4%), de indústrias extrativas (1,2%), de produtos de borracha e de material plástico (2,6%), de celulose, papel e produtos de papel (3,3%) e de produtos têxteis (4,0%), enquanto as pressões negativas foram registradas por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-7,0%), metalurgia (-3,8%), produtos de minerais não-metálicos (-3,6%), outros produtos químicos (-1,7%) e produtos de metal (-1,8%). Ainda nessa categoria econômica, vale citar também os resultados negativos assinalados pelos grupamentos de insumos típicos para construção civil (-5,2%), que marcou o quadragésimo primeiro recuo consecutivo nesse tipo de comparação; e de embalagens (-0,9%), que permaneceu pelo quarto mês seguido com queda na produção.
Pesquisa Industrial Mensal
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), produz indicadores de curto prazo relativos ao setor industrial brasileiro. Essa pesquisa avalia o comportamento da produção real mensal nas indústrias extrativa e de transformação do país. Clique aqui e confira mais detalhes sobre a produção industrial brasileira durante o mês de julho de 2017.