Mercados Globais
Novos recordes em Nova York e temos a confirmação de que os mercados estão mais propensos ao risco. A manutenção dos juros básicos bem baixos, por conta da maioria dos bancos centrais, dá um estímulo a que os agentes assumam posições mais agressivas em ações, títulos de países e empresas emergentes. Esse é um dos resultados desejados pelas políticas de estímulos (quantitative easing) e suas consequências sobre o nível de atividades são altamente desejadas. Com abundância de financiamento barato, empresas, famílias e países podem aumentar suas decisões de gastos, levando a taxas de crescimento mais elevadas. Esse é o cenário que estamos vendo em todos os continentes e ele leva a uma situação que pode perdurar por vários trimestres. Em reação a isso, os mercados dão mais um ajuste para cima nos preços das ações, moedas e títulos (privados e soberanos).
A semana deve manter esse tom já que teremos a reunião do comitê de política monetária do banco central dos EUA, o FED. Ele deve sinalizar se vai retomar a normalização da política monetária, que consiste em elevação dos juros básicos (que estão entre 1% e 1,25%) e na redução do volume de moeda na economia (hoje em US$ 4,5 trilhões). O sinal do FED terá efeitos diretos sobre as expectativas dos mercados e espera-se que eles mantenham um tom baixista para os juros básicos.
Hoje o instituto europeu de estatísticas, o Eurosat, divulgou a inflação ao consumidor para a União Europeia e para a Zona do Euro. Ela veio em alta, atingindo 1,5% na União Europeia e 1,7% na Zona do Euro, veja o gráfico:
Essa alta de inflação, longe de significar um evento ruim para economia, mostra que a região está conseguindo manter uma taxa de crescimento sustentável, com uma inflação abaixo da meta de 2%. Esse dado mostra crescimento significativo e tem um viés positivo para o otimismo.
As moedas globais estão mais fracas em relação ao dólar, com desvalorizações leves. O petróleo WTI está sendo cotado a US$ 49,60, registrando queda.
Brasil
O mercado local abriu em leve queda, em um dia de vencimento de opções sobre ações. Os juros para 2021 continuam em um movimento de queda, mantendo-se próximo de 8,950. Os números recentes da FGV para o IPC (-0,01%) e IGP-M 2° decêndio (+0,41%) continuam a apresentar uma queda no grupo Alimentos. O grupo que tem uma das maiores importâncias no índice, certamente é a principal influência nesta queda continua dos preços, com os preços de in natura em uma queda robusta. O tomate, por exemplo, ficou 25,29% mais barato. Os dois índices destacaram uma queda substancial dos subitens hortaliças e legumes.
O mercado deve ter um pregão sem viés, mas possivelmente terminará em campo positivo dado o otimismo generalizado em todos os mercados.