Confira o desenrolar da política nacional.
Michel Temer
Após ser denunciado por organização criminosa e obstrução da justiça ontem, pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot, o presidente Michel Temer optou por não comentar a notícia em evento no Centro de Radiocirurgia do Instituto do Cérebro Paulo Niemeyer. O ministro da Saúde, Ricardo Barros, que acompanhava o presidente no evento garantiu que “essas questões não interferirão na determinação do presidente Temer de entregar um país melhor do que recebeu ao seu sucessor”.
A agenda do governo depois da denúncia contra Temer
O ministro da Fazendo Henrique Meirelles afirmou que a denúncia apresentada por Janot contra o presidente não irá prejudicar o cronograma de votação das reformas no Congresso Nacional. Ele afirma que já contavam com a possibilidade de terem que votar uma nova denúncia contra o presidente, mas garante que a Reforma da Previdência será votada e aprovada em outubro, como o planejado.
Prisão do Jesley Batista
Após a audiência de custódia de tarde, o juiz João Batista Gonçalves decidiu manter o empresário Joesley Batista, da J&F, em custódia por prisão preventiva. O juiz alegou que Batista não teria dificuldades de fugir do país, se desejasse. A defesa argumentou que a prisão preventiva era arbitrária e que o empresário seria o único preso por insider trading do país. Joesley foi ouvido pela Polícia Federal, depondo sobre o processo em que ele e o irmão são acusados de uso de informação privilegiada para lucrar no mercado financeiro.
Durante o depoimento, Batista alegou que só foi preso por ter mexido com “poderosos e o dono do poder” e que ele e Ricardo Raud haviam feito “a maior e a mais efetiva colaboração”. Ele também criticou que Janot tenha anulado o acordo, dizendo que “o procurador foi muito questionado sobre a nossa imunidade e, por fim, ele decidiu pedir a quebra da nossa imunidade. Acho que esse foi um ato de covardia da parte dele depois de tudo que fizemos e entregamos de provas”.
Investigação contra Gilberto Kassab
O ministro Dias Toffoli do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o arquivamento do inquérito contra o ministro Gilberto Kassab. O inquérito existia desde março de 2015 e apurava o favorecimento da empresa Controlar, responsável pelas inspeção veicular da cidade de São Paula, na época em que Kassab era prefeito da capital. Para o ministro, não há indícios suficientes que apontem a participação do ministro em atos ilícitos.
Fim do mandato de Janot
Depois de quatro anos liderando o Ministério Público Federal (MPF), o procurador Rodrigo Janot cumpriu o seu último dia no cargo hoje, que também é seu aniversário de 61 anos. “Juntos vivemos e escrevemos um capítulo muito especial na história do país e do Ministério Público. A esperança ainda triunfa nesta casa. Valeu a pena para mim cada minuto de labuta, e até de sofrimento”, disse Janot aos colaboradores do gabinete e a servidores da Procuradoria-Geral da República (PGR) em uma reunião de equipe.
De acordo com dados referentes ao segundo período de Janot na Procuradoria, que comandou de 2013 a 2017, na área criminal, foram feitos 242 pedidos de abertura de inquérito, 98 pedidos de busca e apreensão, de interceptações telefônicas e quebras de sigilo bancário e 66 denúncias foram enviadas à Justiça. Na segunda-feira, a PGR passará a ser comandada por Raquel Dodge.
Na sua última reunião com a equipe, Janot ganhou um arco e uma flecha de origem indígena, da tribo Xokó, como presente de aniversário. A lembrança faz referência ao processo de investigação da JBS, sobre o qual o procurador afirmou que “enquanto houver bambu, lá vai flecha”.
Depoimento de Cunha
O ex-deputado Eduardo Cunha viajou para Brasília, onde passará alguns dias para depor no processo em que é acusado de desviar recursos do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS). O interrogatório está marcado para a próxima sex-feira (22), mas Cunha viajou antes para possibilitar “Enquanto houver bambu, lá vai flecha”, alegou a defesa.