Termina hoje o prazo para reserva das ações da fabricante de calçados Vulcabras Azaleia. A empresa definiu entre R$ 8,50 e R$ 10,50 a faixa indicativa para o preço das ações em uma oferta de distribuição primária e secundária com esforços de colocação no exterior. Inicialmente, está prevista a emissão primária de 60.526.000 ações e a venda secundária de 7.894.000 ações dos atuais acionistas, podendo ser acrescida em até 15%, o equivalente a 10.263.000 ações, conforme prospecto preliminar.
Com base no valor máximo da faixa indicativa e sem considerar ações suplementares, a oferta de ações pode movimentar entre R$ 582 milhões e R$ 718 milhões. A operação foi aprovada pelo conselho de administração da companhia em 18 de agosto e está sendo coordenada por Credit Suisse, Bradesco BBI, BTG Pactual e Bank of America Merrill Lynch.
Para o analista Carlos Herrera, da Eleven Financial Ressearch, a compra dos papéis da empresa, dona das marcas Azaleia e Olympicus, líder em vendas de calçados esportivos no país, deve ser vista com cautela. Segundo ele, trata-se de uma empresa em reestruturação, o setor em que ela atua, o calçadista, apresenta retração de vendas nos últimos anos e seu endividamento cresceu muito desde 2008. Também o volume de negociação de seus papéis no pregão é baixo e há questões relacionadas à governança corporativa da companhia.
A Vulcabras Azaleia enfrenta um alto endividamento desde 2008. As dificuldades da companhia se intensificaram com a aquisição da Azaleia, em 2007, cuja integração foi complexa. A atuação de concorrentes estrangeiros no mercado de calçados esportivos brasileiro, por conta da Copa do Mundo e das Olimpíadas, e a crise econômica, a forçou a reduzir preços – o que, por sua vez, reduziu a margem. A Olympikus responde por 77% da receita da empresa.
Houve também aumento de despesas com o com fechamento de fábricas. “A combinação desses fatores? Uma estrutura financeira estrangulada com baixa alavancagem operacional”, diz o analista em material divulgado pela Eleven.