O Banco do Brasil (BBAS3) deve ser o maior beneficiado como resultado do final da novela sobre o acordo com o setor de R$10 bilhões das perdas incorridas durante os planos macroeconômicos Bresser (1987), Verão (1989), Collor I (1990) e Collor II (1991), avalia o Citi em um relatório enviado a clientes nesta quarta-feira (29).
O acordo busca ajustar o balanço das contas poupança durante cada plano econômico pelo índice de inflação IPCA, mas contemplando um corte (haircut) de 40% sobre o valor da compensação.
“Neste cenário, os bancos já estão provisionados para os R$10 bilhões, embora as provisões para este caso específico não estejam divulgadas. Banco do Brasil tem R$4,5 bilhões em provisões para estas reivindicações, enquanto Bradesco, Itaú e Santander possuem R$5,2 bilhões, R$5,3 e R$2,2 bilhões para reivindicações civis gerais, respectivamente”, estima o analista Jörg Friedemann.
Impacto
O relatório ressalta que o nível de depósitos em poupança detidos no momento de cada plano econômico é uma comparação razoável da exposição à disputa legal. Desta forma, os bancos estatais devem se beneficiar mais do que os bancos privados dado que eles historicamente carregam maior exposição às contas poupança.
Friedemann pontua que, em 1995, o BB possuía 23,7% dos depósitos em poupança no sistema, enquanto o Bradesco (BBDC4) 17,7%. Itaú (ITUB4) e Santander (SANB11) tinham 15,1% e 7,3%, respectivamente. O cálculo inclui instituições financeiras fundidas com os bancos acima mencionados ao longo dos anos, diz o Citi.
“Vemos estes 4 bancos bem provisionados para o acordo de R$10 bilhões (se este realmente for o número final), mas dada a exposição passada, vemos o Banco do Brasil com o maior potencial de se beneficiar de uma potencial reversão de provisionamento. Tentamos contatar os bancos, mas não conseguimos informações adicionais”, conclui Friedemann.
Fonte: Money Times