Uma combinação de Ibovespa ao redor dos 85 mil pontos e uma NTN-B 2050 (Tesouro IPCA, com juros semestrais) com juro entre 4,90% e 5% ao ano no primeiro trimestre de 2018. Esta é a visão para a Bolsa brasileira da casa de gestão de recursos Canepa Asset Brasil, do gestor Alexandre Póvoa, que consta em carta referente à estratégia no terceiro trimestre.

A perspectiva traz ressalvas. “Apesar de serem produzidos a partir da mesma raiz (melhor perspectiva econômica e menor risco), o movimento de bolsa, em algum momento, pode descolar um pouco do fechamento da taxa de juros real longa. Isso ocorreria por conta da dificuldade de aprovação de reforma que limita o PIB potencial.”

A gestora divulgou o texto antes de azedar o humor do mercado quanto ao avanço da agenda econômica no Congresso. O presidente Michel Temer admitiu que a reforma da Previdência pode não ser aprovada. Nesta terça-feira (7), o secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida, disse que Temer não jogou a toalha: “ele falou que vai tentar (aprovar) a reforma da Previdência, e que, para passar, depende do Congresso”.

Nesta terça-feira, às 15h o principal índice de ações da B3 operava em queda de 2,49%, aos 72.457,118 pontos. No mercado de câmbio, o dólar à vista avançava 0,80% para R$ 3,28, assim como os juros futuros: o contrato para janeiro de 2020 subia para 8,51%, ante 8,47% na véspera.

A equipe da Canepa observa que a consolidação de um cenário de juros baixos por um longo tempo tende a atrair fluxo para a Bolsa. “Cabe lembrar que o investidor local (pessoas físicas e fundos de pensão) ainda está com posições muito leves em renda variável. No âmbito internacional, a aversão a risco permanece baixa e os grandes alocadores de recursos internacionais ainda não se posicionaram firmemente em mercados emergentes.”

Fonte: Money Times