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Privatizar Eletrobras como corporação não é melhor modelo, diz ex-CEO da estatal

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plano do governo federal de privatizar a Eletrobras (BOV:ELET3) (BOV:ELET6) e transformar a elétrica em uma corporação com controle pulverizado pode não ser o melhor modelo para o negócio, alertou nesta quinta-feira o ex-presidente e ex-presidente do Conselho de Administração da estatal José Luiz Alquéres.

O executivo defende que a operação deveria contemplar as controladas da companhia, como Furnas, Chesf, Eletronorte e Eletrosul, que deveriam ser privatizadas separadamente, e que o formato atualmente discutido pelo governo pode desvalorizar a maior elétrica do Brasil.

Autoridades do governo têm dito que a União deve ficar com 40% da Eletrobras após a desestatização, além de uma “golden share” que permita poder sobre algumas decisões estratégicas. Além disso, deve haver um limite de 10% do capital com direito a voto para os investidores da companhia quando a gestão for privada.

Veja Mais: Eletrobras tem queda no lucro líquido, com R$550 milhões no terceiro trimestre

“Acho um equívoco. Grandes corporações no Brasil são as Lojas Renner (LREN3) e a Embraer (EMBR3), empresas voltadas ao mercado direto e que chegaram a esse estágio depois de anos de sucesso. A Eletrobras é diferente, e um modelo alternativo pode funcionar melhor, não só para a valorização do patrimônio público”, disse Alquéres em e-mail à Reuters.

Com o atual modelo, uma emissão de ações poderia resultar em uma arrecadação de R$ 12 bilhões pelo Tesouro, em 2018. A modelagem será alvo de um projeto de lei a ser enviado ao Congresso Nacional nos próximos dias.

Para ele, o limite de 10% de votos definido para a desestatização é baixo e o governo ainda terá muita força na companhia, o que pode afastar investidores que avaliariam a elétrica por um valor maior e prejudicar a arrecadação esperada pelo Tesouro com a operação.

“É algo ineficaz para ambos os propósitos. Não resolve o problema do governo, dificulta a gestão, afasta compradores, desvaloriza a companhia”, argumentou.

Segundo Alquéres, uma operação nos moldes atualmente em discussão atrairia “investidores temporários, sem compromisso com o futuro funcionamento do setor elétrico” e que buscariam apenas “embonecar os números, visando passar adiante rápido”.

Na semana passada, o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr., defendeu em entrevista à Reuters a modelagem prevista para a desestatização e disse que o negócio atrai interesse no mercado. Segundo o executivo, a privatização deve ter como participantes fundos de investimento e de pensão, além de atuais acionistas da companhia, como Banco Clássico, Citibank e fundos da gestora 3GRadar.

Apesar das críticas à proposta do governo para a Eletrobras, Alquéres defende que o caráter estatal da companhia gerou nos últimos anos “extremas disfuncionalidades ligadas à politização no preenchimento de cargos-chave”, além de casos de corrupção, expostos na Operação Lava Jato.

Ele defendeu um modelo para a privatização em que o governo ainda manteria uma Eletrobras estatal para controlar ativos como a hidrelétrica binacional de Itaipu, as usinas nucleares de Angra e futuros projetos elétricos internacionais, enquanto subsidiárias da companhia poderiam ser vendidas em separado, até mesmo dentro do modelo de corporação avaliado pelas autoridades.

“As controladas até poderiam ser corporations, mas sem golden shares e outras condições que engessem seu funcionamento”, defendeu.

Ex-presidente da Eletrobras entre 1993 e 1994, Alquéres foi conselheiro da companhia em 2012, mas renunciou após a presidente Dilma Rousseff prometer uma redução nas tarifas de energia que impactou fortemente as finanças da estatal. No ano passado, ele assumiu a presidência do Conselho da elétrica, cargo ao qual renunciou em março, por razões pessoais.

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