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Temer usa medo do mercado para dar fôlego à reforma da Previdência

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Na tentativa de obter o bem a partir de um mal maior, o presidente Michel Temer deixou vir a público que carecia de apoio no Congresso Nacional para aprovar a reforma da Previdência. Embora o fato fosse amplamente conhecido, a notícia levou o Ibovespa a fechar no menor nível em dois meses na terça-feira (31/10), sugerindo que o mercado continua embutindo no índice acionário a perspectiva de melhora das contas públicas no longo prazo.
A manobra política de Temer foi calculada. O governo possui maioria no Congresso, então o apoio à reforma da Previdência é uma questão de convencer os deputados e senadores da base aliada a votarem a favor da proposta. A oposição, em menor número, não conseguirá bloquear a proposta sozinha, mas também não desistirá de criticar o plano, de olho nas eleições presidenciais do ano que vem.
Ao admitir que o problema residia no Congresso e provocar um enfraquecimento do mercado financeiro, o presidente sinalizou aos parlamentares que a hesitação da base em aprovar mais uma medida impopular considerada necessária teria efeito negativo sobre o progresso econômico obtido até o momento – ou seja, eliminaria o principal argumento a favor do remédio amargo do ajuste fiscal a pouco menos de um ano da disputa nas urnas.
Os políticos entenderam o recado e se movimentaram. O relator da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, Arthur Maia (PPS-BA), tomou a iniciativa de apresentar um plano mais enxuto, com menos perdas de benefícios aos trabalhadores, mas capaz de garantir pelo menos parte da economia de R$ 800 bilhões ao longo de 20 anos prevista com o plano original da reforma.
Obter apoio à minirreforma, porém, seguirá sendo uma tarefa árdua, tanto pela questão da impopularidade da proposta – que seguiria com a idade mínima de 65 anos para a aposentadoria de homens e de 62 anos para a de mulheres – quanto pelo tempo disponível para a votação. O PSDB, um dos partidos aliados a Michel Temer, está profundamente dividido em relação à permanecer na base do governo e pode deixar as trincheiras do Planalto ainda este ano.
Além disso, a campanha eleitoral começa oficialmente nos primeiros meses do ano que vem, quando os partidos devem definir quem serão os candidatos à presidência e como vão se articular para vencer a eleição – trabalho que certamente drenará as energias dos membros do Congresso e das lideranças políticas.

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