Termina hoje o prazo para os investidores reservarem os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) da Raízen, empresa resultante da fusão da Shell e da Cosan no Brasil. Os R$ 700 milhões em papéis são isentos de imposto de renda sobre os ganhos para pessoas físicas e são garantidos por operações de compra de etanol de produtores rurais. Não há cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) e a operação só está disponível para investidores qualificados, com mais de R$ 1 milhão em investimentos financeiros. Sem a garantia do FGC, o investidor deve levar em conta a saúde financeira da empresa, que recebeu avaliação de risco AAA (mais alta) da Fitch Rating. É preciso ter conta em uma corretora de valores para comprar o papel e é importante verificar quanto ela cobra pela custódia (guarda) dos títulos.
A empresa oferecerá duas séries de longo prazo, uma de 6 anos corrigida pelo juro diário do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), que caminha próximo da taxa básica Selic, e outra de 7 anos atrelada à inflação medida pelo IPCA. A série corrigida pelo CDI pagará no máximo 98% do referencial e a atrelada à inflação seguirá a remuneração da Nota do Tesouro Nacional série B (NTN-B) com vencimento em 2024 mais 0,10 ponto percentual.
Segundo a Sunrise Investments, a empresa tem alto conceito de crédito e deve haver grande procura pelos papéis. A consultoria sugere que o investidor peça 96% do CDI na série mais curta e -0,10 ponto na séria atrelada ao IPCA. A liquidação será no dia 15 de dezembro.
CRA da Klabin
Outra empresa oferecendo CRA é a fabricante de papel e celulose Klabin. A empresa também tem classificação de risco AAA, mas pela agência Standard & Poor’s (S&P), e emitirá R$ 600 milhões pelo prazo de 6 anos, com juros pagos semestralmente. O rendimento máximo será de 97,5% do CDI e as reservas vão até 5 de dezembro, com liquidação financeira em 28 de dezembro. Segundo a Sunrise, um desconto de 1,5 ponto percentual na taxa máxima seria um nível razoável para o investidor entrar.
Os CRAs são papéis emitidos pelas empresas com garantias em recebíveis, por isso não contam com garantias do governo ou do FGC. Também não têm garantia de liquidez, ou seja, se o investidor precisar do dinheiro antes do vencimento, terá de vender o papel no mercado para outro interessado pelo preço do momento, que pode ser menor caso não haja muitas negociações ou interesse por aquele papel. Por isso, o ideal é que o investidor só aplique o dinheiro que puder ficar parado até o vencimento do título, apesar de alguns papéis já terem mercados secundários. A vantagem da isenção do imposto de renda é um diferencial importante nesses papéis e ganha ainda mais importância com a queda dos juros básicos da economia.
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