O Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta quinta-feira (14), ter melhorado a sua previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2018 para alta de 3%, sobre 2 % antes, apontando que o cálculo foi embasado pelo aumento da confiança, investimento e consumo.
A previsão é otimista e vem bem depois de especialistas já terem revisado para cima seus cenários. O boletim Focus do Banco Central mostra uma expansão de 2,62 % do PIB em 2018.
A expectativa do governo para a expansão do PIB em 2017 também subiu, a 1,1 %, contra 0,5% antes, disse Meirelles.
A melhora, segundo o ministro, levou em conta a continuidade do processo de desalavancagem das empresas, com redução de seu endividamento, além do ambiente de juros mais baixos, propiciado pela inflação em patamares reduzidos.
Orçamento 2018
Ainda na véspera, o Congresso Nacional aprovou projeto de Lei Orçamentária Anual de 2018 com crescimento de 2,5 % previsto para a atividade econômica.
A peça, contudo, leva em conta o benefício fiscal com medidas ainda não analisadas pelos parlamentares, como a mudança na tributação de fundos fechados, reoneração da folha de pagamento das empresas, adiamento do reajuste do funcionalismo público e aumento da contribuição previdenciária dos servidores.
Sem nenhuma dessas fontes de receita, o governo terá de bloquear R$ 21,4 bilhões do Orçamento em 2018, o que deverá ter impacto significativo sobre investimentos e no funcionamento da máquina pública.
Questionado sobre a viabilidade da aprovação dessas medidas ainda neste ano, Meirelles disse que tem “trabalhado duro” nos temas, visto que o sinal verde para o Orçamento deixa o caminho livre para os parlamentares já entrarem em recesso,
“Estamos fazendo reuniões constantes. Eu tenho reunião daqui a pouco sobre esse assunto (com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia) e certamente existem aí questões que têm que ser aprovadas este ano pela questão da anualidade”, contou o ministro.
A mudança na tributação dos fundos fechados, deve necessariamente ser aprovada até o encerramento de 2017 para render R$ 6 bilhões à União no ano seguinte. Do contrário, a arrecadação extra só virá em 2019.
Ao finalizar, o ministro da Fazenda disse que independente do cenário, o governo está comprometido e irá cumprir a meta fiscal do ano que vem, do rombo primário de R$ 159 bilhões.
Fonte: Reuters