Em relatório sobre as perspectivas para 2018, a Coinvalores afirmou que os frigoríficos devem demorar de três a cinco ano para recupera o nível de exportações antes da Operação Carne Fraca, segundo informações do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O ano deve ser marcado pela tentativa de recuperação do setor após o “balde de água fria” que foi 2017 para o seu crescimento.
A expectativa para o ano passado era de resultados fortes, por causa do aumento dos estoques e dos custos menores, os quais reduziram o preço da arroba. Havia também a possibilidade de que novos mercados, como China, Japão, EUA e outros países da Ásia, se abrissem para as produções brasileiras, especialmente porque outros concorrentes, como a Austrália, estão sofrendo com baixo rebanho.
No entanto, com a instauração da Operação Carne Fraca em março, mais de 60 países bloquearam as importações de proteínas brasileiras, por causa das investigações sobre fraude em questões ficais e sanitárias de alguns frigoríficos.
Cerca de 40% das exportações de carnes do Brasil foram afetadas, causando uma queda de 10%, ou US$ 1 bilhão, em 2017. A delação dos irmãos Batistas, controladores da JBS através da J&F, e a volta da cobrança do Funrural e do ICMS sobre a carne em São Paulo também prejudicaram os resultados do setor ao longo do ano.
No entanto, alguns mercados já retomaram as importações, como China e Hong Kong. Isso deve ser um alento para os frigoríficos em 2018, assim como a retomada da economia e a melhora da dinâmica interna e externa.
A Coinvalores aponta por mais que haja otimismo quanto ao desempenho do setor, as empresas podem ser prejudicadas pela volatilidade do câmbio. Além disso, a corretora também destaca a fiscalização mais intensa de autoridades nacionais e internacionais sobre os frigoríficos e a imagem afetada da carne brasileira como dificuldades no curto prazo. Assim, eles recomendam Seletividade para os investimentos no setor.