O nervosismo voltou ao mercado americano e espalhou-se para os demais, com o Índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, voltando a cair depois de abrir em alta de 1%. Às 17h10 de Brasília, o índice subia 0,24%, depois de cair quase 2% uma hora antes. O Índice Bovespa acompanhou a queda e chegou a ficar abaixo dos 80 mil pontos, com 79.690 pontos na mínima do dia, mas recuperou-se e estava agora em 80.730, em queda de 0,98%.
O Standard & Poor’s 500 também recuou mais de 1% e voltou para alta de 0,11%, e o Nasdaq, que caiu 1,2%, agora subia 0,14%. Na Europa, as bolsas fecharam com perdas de 1,52% no índice regional Euro Stoxx 50, de 1,09% no Financial Times, de Londres, de 1,25% no DAX, da Alemanha, e de 1,41% no CAC, de Paris. A queda atingiu os preços do petróleo, com o tipo WTI, negociado em Nova York, caindo abaixo dos US$ 60, para US$ 58,27, ou 4,71%. O Brent, de Londres, perdia 4,37%, para US$ 61,98.
As fortes flutuações do dia, de 2% para baixo e 1% para cima, mostram que o mercado americano não definiu ainda sua tendência de curto prazo. A semana promete ser uma das piores para as bolsas americana, como destaca o The Wall Street Journal. Apesar dos fundamentos da economia dos países desenvolvidos estarem boas, com crescimento e emprego, analistas temem que as bolsas tenham subido demais graças aos juros negativos ou muito baixos e à elevada liquidez. Hoje, os juros americanos de 10 anos dos títulos do Tesouro subiram pela manhã para mais de 2,85%, mas a busca por proteção dos investidores que saíram dos mercados de risco, como ações e commodities, fez as taxas recuarem à tarde para 2,79% ao ano.
O dólar subia 0,22%, para R$ 3,2930 no mercado comercial, assim como os juros dos papéis do Tesouro Direto. A taxa dos papéis corrigidos pelo IPCA, as NTN-B, ou Tesouro IPCA+, para prazos mais longos, estavam em 5,18% hoje à tarde, para 5,17% ontem e 4,99% na semana passada.
A volatilidade deve continuar alta, com o mercado intercalando períodos de forte baixa e recuperação, como hoje, que já teve alta, baixa e retomada em um mesmo pregão. A tendência, porém, ainda é de ajuste do mercado americano depois de muito tempo em alta sem interrupções. “Precisamos ver os novos dados da economia, como inflação e PIB dos EUA, para saber se a alta dos preços vai levar o Fed (Federal Reserve, banco central americano) a acelerar a alta dos juros”, afirma Lika Takahashi, da Garin Investimentos. Ela acredita que, apesar da alta do emprego recente, a inflação ainda deve continuar baixa, mas se o desemprego continuar caindo e o salário subindo, pode acender a luz amarela no Fed. “Vai ser um ano de fortes emoções, tanto aqui quanto no exterior”, diz.