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Santander vê juro caindo para 6,25% ou menos e voltando a subir para 8% em 2019

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O Comitê de Política Monetária (Copom) indicou na nota que acompanhou a divulgação da redução da taxa de juros de 6,75% para 6,5% que deve reduzir os juros mais uma vez, para 6,25%, ou até menos dependendo do comportamento da inflação e das projeções do mercado, afirma Maurício Molon, economista-chefe do Santander. Ele destaca que, no texto do comunicado, o Copom diz que,  para a próxima reunião, o comitê vê este momento como apropriada uma flexibilização mobiliária adicional.

Segundo Molon, a comunicação do Copom mostra que a inflação está se aproximando da meta em 2019, mas mais do que se acreditava anteriormente. “Com as contas de atividade econômica em recuperação gradual, hiato do produto ainda elevado, em meados de 2019 começaria o ciclo de aperto monetário olhando para inflação”, disse.

Para o economista, o BC sinalizou mais um corte, para 6,25%, e depois uma parada nas reduções. “Mas há o risco de ir para baixo”, diz. “Se tiver surpresas adicionais, podemos ver juros em 6% ou menos até”, diz. Ele lembra que o BC vê a inflação em 3,8% este ano, e portanto não precisaria reduzir mais os juros, pois a inflação está abaixo da meda de 4,5%. “Mas se houver queda maior, podemos ter mais cortes na Selic”.

O mercado deve reagir amanhã à indicação de novos cortes na taxa, diz Molon, lembrando que os investidores não estavam considerando nos preços mais uma redução da Selic em maio. “A previsão era de estabilidade em 6,5% até o fim do ano, e agora as taxas vão incorporar grande probabilidade de corte para 6,25% e algum corte adicional”, diz. O impacto maior será nos mercados de curto prazo de renda fixa e no mercado acionário, que pode ter na deicsão do Copom um “trigger” para um novo movimento de alta da bolsa.

Molon não vê a atividade econômica como motivo para os cortes adicionais de juros. “Alguns dados de atividade foram desapontadores, mas o grande cenário não mudou”, diz. A confiança dos empresários saiu acima da média histórica, a renda dos trabalhadores está crescendo, o desemprego diminuindo. “Houve alguma frustração, mas o fundamento geral é muito bom, e acreditamos em um crescimento de 3% este ano”, diz. Para ele, o que pressionou o Copom foi a inflação abaixo de 3% ao ano este ano e algum sinal de que o IPCA também ficará mais baixo em 2019. “Se ele reduziu o juro e vai reduzir mais é porque o BC já viu alguma melhora para o cenário de inflação de 2019”, acredita Molon.

Segundo Molon, o banco não alterou suas estimativas para atividade. Para ele, continua a visão de uma recuperação da economia consistente, com consumo e investimentos melhores, e um PIB crescendo 3,2% este ano. Ele estima que uma taxa de juros real de equilíbrio para o Brasil seria de 4% ao no, o que, com uma inflação de 4%, levaria a taxa nominal da Selic para 8% a 8,5% ao ano. “Esperamos que a alta da taxa comece em meados do ano que vem e ela termine perto dos 8,5% ao ano”, diz. “Mas junto com essa revisão do cenário, de que os juros não vão parar em 6,50%, mas 6,25% ou menos, o mercado também deve passar a postergar o início da alta dos juros”, avalia Molon.

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