As seis ações de dividendos mais indicadas pelas corretoras em maio

Com os juros básicos em 6,5% e a caminho de 6,25% ao ano na semana que vem, como espera o mercado, as ações de empresas que distribuem mais dividendos ganham maior atratividade.

Os dividendos são isentos de imposto, já que a empresa já foi tributada antes de distribuí-los. No ano, o Índice de Dividendos acumula, até dia 10 de maio, 4,9%, ante 12,4% do Índice Bovespa, ganho que não considera os dividendos.

Na estimativa da Guide Investimentos, o retorno em dividendos do Índice de Dividendos da B3 projetado para este ano está em 5,2% ao ano. A melhora dos lucros das empresas este ano tende a aumentar a distribuição de juros sobre capital próprio e dividendos, como mostra a Petrobras (PETR4), que anunciou o primeiro pagamento de remuneração em quatro anos. Segundo o Bradesco (BBDC4), a expectativa de retorno médio via dividendos de 7,2% para 2018 em sua carteira.

A ação mais indicada pelas corretoras em maio é a da construtora MRV (MRVE3), considerada a maior do país pelo ranking ITC. Segundo o Bradesco, a MRV é a única que oferece casas e apartamentos em mais de 140 cidades e está começando a ganhar impulso para atingir seu objetivo de lançar quase 60 mil unidades por ano até 2020.

Recentemete, anunciou uma nova linha entre os populares Minha Casa Minha Vida e o segmento de média e alta renda, o que significa 30% de volume adicional. O Bradesco espera ainda que, pela forte geração de caixa e do reduzido endividamento, ela se tornará uma pagadora de dividendos este ano e nos próximos, com retorno (dividend yield) acima de 10% neste ano e nos próximos. O banco tem preço-alvo para o papel de R$ 19,00.

Outra ação indicada também pelo Bradesco é a Copasa (CSMG3), que segundo o banco pode se tornar a maior pagadora de dividendos da B3. Em abril, a direção da empresa anunciou um pagamento extraordinário de dividendos de R4 280 milhões, equivalente a um retorno de 4,7%.

Mais que isso, lembra o banco, a empresa propôs uma nova política para pagar dividendos sempre que o endividamento cair abaixo do exigido. O argumento do banco é que a empresa se beneficiará da revisão tarifária de 2017 e a necessidade do controlador, o Estado de Minas Gerais, de levantar caixa para sustentar sua situação fiscal. O risco do papel, lembra o Bradesco, é a eleição deste ano para governador. O banco estima um preço-alvo de R$ 63,00 para Copasa.

A Guide Investimentos optou por retirar os papéis do Banco do Brasil (BBAS3) e redistribuir os pesos dos ativos na carteira. Segundo a corretora, o quadro eleitoral ainda incerto é algo que tende a pressionar os papéis – especialmente – de empresas estatais. A corrida eleitoral segue em aberto, com partido de “centro” ainda fragmentados, e o risco de a “esquerda” se unir, após prisão de Lula.
Com relação à carteira, a corretora manteve as premissas, procurando empresas: (i) sólidas e com ótima administração; (ii) geração de caixa expressiva; (iii) negócios mais resilientes e (iv) com alto poder de repasse de preços. A taxa de dividendo anual (dividend yield) estimado para a carteira para os próximos 12 meses está por volta de 5,8%, acima da taxa de dividendo do Índice de Dividendos (IDIV) de 5,2%.