Se buscarmos identificar os lugares/países que proibiram completamente o Bitcoin poderemos, quem sabe, perceber quais são as caraterísticas sociais, econômicas e políticas que fazem com que a tecnologia das moedas digitais descentralizadas sejam vistas imediatamente como ameaça. Isso pode nos ajudar a entender a natureza da disrupção que as criptomoedas podem causar no mundo como um todo.
Pelo menos quatro países já proibiram completamente o Bitcoin
Esses países são: Nepal, Bolívia, Bangladesh e Argélia. O que todos esses lugares têm em comum além do fato de que as pessoas que negociam bitcoins podem ser presas neles? Pobreza e sistema político precário.
Talvez, as pessoas que vivem nesses lugares nem saibam como as criptomoedas podem “prejudicar” seus países, mas, muito provavelmente, o objetivo do Estado é monopolizar a emissão de moeda de forma definitiva e sem concorrência de qualquer espécie. A moeda local desses locais é tão fraca que o Bitcoin ou outra cripto poderia substituí-la rapidamente como um meio de pagamento que colocaria em risco a própria existência das autoridades locais.
O medo do Bitcoin vem de sua força e não de supostas fraquezas
Nenhum país jamais proibiu o Bitcoin ou nenhuma criptomoeda por causa do discurso de que tais moedas são usadas por “criminosos”. Recentemente nas discussões nos Estados Unidos se levantou a questão de que criminosos usam carros, computadores e todas as moedas que existem e que isso não deve servir de base para a proibição de que tais coisas se desenvolvam e venham a existir.
O Bitcoin é temido por ser forte, útil, bom e por ser capaz de oferecer às pessoas uma alternativa monetária muito mais sólida do que os próprios países oferecer às pessoas através de suas moedas locais.
Quão efetiva é a “proibição” do uso do Bitcoin nesses lugares?
Se compararmos a proibição generalizada de que as pessoas comprem e consumam drogas na maioria dos países do mundo com a acessibilidade e real consumo de tais substâncias, podemos concluir que provavelmente a proibição do Bitcoin não é absolutamente respeitada nesses lugares. O máximo que esse tipo de proibição faz é deixar fora do mercado algumas pessoas, mas isso não funciona com todas, especialmente com aquelas que veem a oportunidade de lucrar com o mercado “proibido”. Às vezes, a proibição pode até ajudar uma área da economia a florescer, pois chama a atenção das pessoas para a área supostamente proibida.
Até quando vai durar esse tipo de proibição?
Certamente não se pode evitar que as pessoas tenham acesso ao conhecimento a respeito das criptomoedas enquanto elas mantém o acesso à internet. Portanto, é bem possível que, mais cedo ou mais tarde, a necessidade e os benefícios de usar a criptomoeda também sejam percebidos pelos governos desses países e qualquer proibição seja superada pela acessibilidade e realidade dos fatos. Esperamos que isso aconteça em breve.
Ezequiel Gomes