O feriado de 4 de Julho nos Estados Unidos mantém Wall Street fechada hoje, reduzindo o volume global de negócios, e o presidente norte-americano, Donald Trump, se prepara para o desfile da Independência – que ele gostaria de transformar em uma parada militar. Mas o show tem ficado mesmo com a Copa do Mundo, com as equipes da Europa e América do Sul confirmando a hegemonia no torneio.
Os jogos de futebol na Rússia fazem uma pausa de dois dias, o que abre espaço para os investidores se debruçarem sobre a agenda econômica. Porém, o feriado nos EUA esvazia a sessão e enxuga a liquidez do mercado financeiro, com os negócios mantendo o radar na disputa comercial entre as maiores economias do mundo.
A tarifação sobre US$ 34 bilhões em produtos chineses entra em vigor nesta sexta-feira e Pequim mantém a retórica de que irá responder na mesma medida, impondo tarifas sobre igual valor em bens norte-americanos, incluindo nas exportações agrícolas e de automóveis. Mas a guerra já não tem mais se dado apenas no âmbito do comércio.
Os investimentos chineses nos EUA caíram mais de 90% nos seis primeiros meses deste ano, para menos de US$ 2 bilhões, na comparação com o mesmo período de 2017, em mais um sinal de perda de tração da economia global por causa do embate promovido pela Casa Branca. Por isso, ganha relevância os indicadores e eventos econômicos norte-americanos a partir de amanhã.
Na quinta-feira, o Federal Reserve publica a ata da reunião de junho, quando alterou o plano de voo e endossou a trajetória de quatro altas na taxa de juros dos EUA neste ano. No documento, será importante perceber a avaliação do Fed sobre os riscos protecionistas à inflação e à atividade do país.
No dia seguinte, saem os dados de emprego nos EUA (payroll) no mês passado. Já para hoje, a agenda econômica traz como destaque o desempenho da indústria brasileira em maio. A produção do setor deve ter sido duramente atingida pela greve dos caminhoneiros, interrompendo uma sequências de 12 resultados positivos consecutivos no confronto anual.
As estimativas são de retração de nada menos que 14% em relação a abril e de -11% na comparação com o mesmo mês de 2017. Os números efetivos serão conhecidos às 9h. Depois, às 12h30, é a vez dos números do Banco Central sobre a entrada e saída de dólares no país em junho.
Nesta manhã, as principais bolsas europeias amanheceram no vermelho, após a queda ao redor de 1% na China (Xangai e Hong Kong, cada), que também penalizou o desempenho em Tóquio. O movimento na Ásia refletiu as perdas da véspera em Nova York e relegou a extensão na recuperação do yuan (renminbi).
A moeda chinesa subiu pelo segundo dia seguido, após o BC local (PBoC) negar que irá usar o câmbio como arma no conflito comercial com os EUA. O presidente da autoridade monetária, Yi Gang, repetiu que a China “manterá a taxa do yuan estável, em um nível razoável e equilibrado”.
O dólar, por sua vez, é pressionado pelos rivais, perdendo terreno para o euro e o iene, ao passo que o desempenho da coroa sueca continua sendo destaque. A perda de terreno da moeda norte-americana estimula as commodities, com o petróleo tentando reaver o nível de US$ 75 por barril, no maior nível desde 2014, diante das preocupações com a oferta.
Os metais básicos também se recuperam das mínimas recentes, sendo que o cobre é impulsionado por uma iminente greve de produção no Chile. Ainda assim, as ações da mineradora Glencore são destaque de baixa na Europa, em meio a escândalos de suborno. Os papéis do setor de tecnologia e de companhias aéreas lideram as perdas no velho continente.