Brasília – As tensões entre os Estados Unidos e a Turquia afetam as bolsas de valores da Ásia e atingem também o restante do mundo. As reações ocorrem após o governo norte-americano impor sanções ao país e dobrar as tarifas ao aço e ao alumínio. Com a decisão, aumentou a desconfiança dos investidores estrangeiros na Turquia e caiu o valor da lira turca no mercado, perdendo mais de 25% só este mês.
Paralelamente, há, ainda, o risco de as tensões impactarem na ação das tropas norte-americanas na Síria e na unidade da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), segundo especialistas.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, advertiu que não hesitará em responder se os Estados Unidos. O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlüt Çavusoglu, afirmou hoje (13) que seu país fez “o suficiente” para superar as tensões: “Estamos abertos à diplomacia e ao consenso, mas aceitar imposições está fora de cogitação”.
O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exige que a Turquia liberte o pastor Andrew Brunson, detido há dois anos sob acusações de terrorismo e espionagem. Paralelamente, os turcos acusam os Estados Unidos de apoiar milícias curdas na Síria, consideradas terroristas.
Acusações
Tayyip Erdogan acusou hoje o governo norte-americano de “apunhalar a Turquia pelas costas”, mediante medidas econômicas, apesar de ambos países lutarem juntos em vários conflitos no marco da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Ele criticou a duplicação das taxas tarifárias sobre o aço e alumínio turcos.
“Existe uma Organização Mundial de Comércio. Não se pode ir dormir e quando acorda, existe a notícia de que há novas tarifas ao aço'”, disse o líder turco.
Erdogan negou também, como já fez ontem seu genro e ministro de Economia, Berat Albayrak, que a Turquia tenha intenção de confiscar os depósitos em moeda estrangeira ou transformá-las à força em liras turcas para conter a queda da divisa nacional.