O economista Paulo Guedes, guru econômico do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), afirmou nesta sexta-feira que é favorável à continuidade do processo de venda de distribuidoras da Eletrobras (BOV:ELET6) e de parte da área de geração da elétrica.
Mais cedo nesta semana, as ações da estatal despencaram após Bolsonaro destacar suas resistências em relação à privatização da companhia, citando a área de geração de eletricidade.
Sobre o tema, Guedes, que já foi indicado por Bolsonaro como sua escolha para comandar o ministério da Fazenda, afirmou ser a favor da privatização das distribuidoras da Eletrobras. Em seguida, manifestou apoio à venda de parte da geração da estatal.
“Na distribuição sim (sou a favor de privatizar), na transmissão isso é muito difícil, mas na geração há casos que sim outros que não. Há muitos casos de geração privada forte”, disse ele, citando o segmento de geração eólica.
A jornalistas, Guedes avaliou que ao longo dos últimos anos a Eletrobras perdeu a capacidade de investir e a venda de ativos pode ajudar na solução do problema.
“Com a redemocratização, é natural que os recursos sejam exigidos para a área social, como saúde, educação e segurança pública. A essência do programa econômico é continuar essa transformação de um Estado que perdeu capacidade de investir e foi aparelhado e com corrupção … Eu defendo que essa transformação do Estado seja agudizada”, disse.
No caso das distribuidoras, o atual governo já privatizou quase todas as companhias da Eletrobras, com exceção da unidade no Amazonas, cujo leilão está previsto para 25 de outubro, e a de Alagoas, uma operação suspensa provisoriamente por decisão do Supremo Tribunal Federal.
Falando de maneira geral sobre privatizações, Bolsonaro afirmou em uma transmissão ao vivo no Facebook nesta noite que concorda com “90 por cento” do que seu conselheiro econômico diz. Também afirmou não estar batendo de frente com Guedes “de jeito nenhum”.
Apoio a governadores
Nesta sexta-feira, houve mais um encontro da campanha de Bolsonaro na casa do empresário Paulo Marinho, no Rio de Janeiro. Questionado por jornalistas sobre o apoio de Bolsonaro a candidatos a governador, o presidente do PSL, Gustavo Bebianno, reiterou que isso só acontecerá nos casos em que o partido está na coligação pela disputa estadual.
“Existe uma posição estratégica de não se envolver em questões estaduais, tirando os três candidatos do PSL que concorrem aos respectivos governos”, afirmou.
Bolsonaro iria fazer gravações para programa eleitoral nesta sexta-feira, mas segundo Bebianno a gravação foi adiada após o presidenciável relatar desconforto físico.
Reuters